terça-feira, 29 de julho de 2008

Estamos no tempo das vacas musculadas e não gordas...


Como realmente ando a falar mais de paisagens do que de animais comestíveis, aqui fica a descrição da raça Belgian Blue (tenho apanhado algumas carcaças cruzadas). Vejam só o tamanho deste rabo... É tão grande que nem as vacas conseguem parir, tem de ser por cesariana.
- ombro, quarto traseiro, lombo e anca musculosos;
- garupa ampla;
- anca levemente inclinada;
- rabo proeminente;
- membros fortes;
- caminhar fácil;
- temperamento calmo;
- carne saborosa, magra e saudável (estranhamente é uma raça "light").
O que o Homem é capaz para ter mais carninha...

Ellesmere IV


O paraíso das aves migratórias...

Ellesmere III


Ellesmere tem um lago cheio de passarada, e a voltinha dos tristes que se pelam por aproveitar o sol consiste em passear nas margens do lago, de preferência com sandálias ortopédias e um cão. Já mencionei que os ingleses são adeptos do "walking"? Até organizam "Walking Festivais"!

O gato de Ellesmere


É o mesmo gato da fotografia anterior.

Ellesmere II


Em Ellesmere:
- os gatos dormem nos barcos;
- há homens a cantar e a tocar guitarra sozinhos no meio de descampados (!!!);
- os cães não ladram aos patos nem os tentam apanhar;
- as pessoas perguntam se sou polaca;
- as pessoas falam pelos cotovelos e são muito curiosas;
- there are a lot of "fat local peopleeeeeee"...

Ellesmere


A 15 minutos do Bed and breakfast temos a magnífica aldeia de Ellesmere, com alguma compontente turística. Ellesmere tem uns canais com alguns barcos muito curiosos, semelhantes aos que podemos encontrar em Amsterdão. Nestes barcos encontramos ingleses estendidos no "telhado" a apanhar solinho ou a ler, na companhia de cães, gatos, vasos com flores ou duendes de cerâmica. Não consegui tirar fotografias comprometedoras, é o que dá ser pouco descarada...

Shrewsbury


Quando está calor todos os ingleses vão para um parque fazer fotossíntese. Também aproveitámos, mas por pouco tempo, porque o parque teve de ser evacuado (começa a tornar-se um hábito).

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Shrewsbury


No Domingo eu e Papoila fomos passear a Shrewsbury, a cidade histórica onde nasceu Charles Darwin. Estava quente, quente, quente!

BB


Agora já mudei de quarto para um melhor, mas trouxe comigo alguns livros da biblioteca de uma inglesa apaixonada por gatos.

sábado, 26 de julho de 2008

Adoro persianas!



Esta aversão dos ingleses às cortinas decentes ou blackouts tira-me do sério. Estou num Bed and Breakfast em Ellesmere e gostava de não acordar ao Domingo às 5h20 da manhã com o sol na cara, por isso tentei pôr alguma tralha a tapar a janela, o que não é muito fácil quando não há nenhum suporte ou gancho para pendurar qualquer coisa e quando não se tem fita cola. O que vale são os autocolantes das embalagens dos lenços de papel... Mas mesmo assim já sei que vou acordar na mesma, porque a cama é logo por baixo da janela (alguém viu o "Insomnia?").

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ovelhas no meio da M62


Já fiz várias vezes a M62 para Manchester (autoestrada), e há uma parte da viagem em que os dois sentidos se afastam e fica um bom bocado de verde pelo meio. Por acaso hoje ia na faixa mais à direita e dei por uma data de ovelhas ali mesmo ao pé de mim! Não é que há uma quinta entre os dois sentidos?? Como é que pode ser?? Depois reparei num túnel por debaixo da autoestrada, que deve ser a saída da quinta. Lá encontrei esta foto do local num site sobre construções em sítios parvos, onde explica que o dono da quinta era demasiado teimoso para sair dali aquando da contrução da M62.

Ainda na semana de Manchester, muito pouco produtiva...



Outra vez parvovirose... Mas cá as pessoas são muito compreensivas, quando estava doente em Portugal normalmente toda a gente ignorava ou faziam de conta que não tinha grande importância. Ainda houve uma vez em que tive de ouvir um raspanete por ter ficado inesperadamente doente sem avisar com a antecedência de alguns dias! Eu já estava habituada, só se estivesse em coma é que não ia trabalhar. Aqui, mesmo que diga que quero ir para a linha, dizem-me que não estou com grande aspecto e que é melhor ir para casa (será porque é estágio ou eles na vida real não trabalham quando estão doentes?)!
É verdade, queria mandar aqui um beijinho à LR que brevemente há de voltar para o Reino Unido, onde tem toda à gente à espera (incluindo eu)!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

semana de Manchester


Durante o treino teórico da EV fartámo-nos de ouvir a importância de não chegar atrasados ao matadouro, porque nenhuma desculpa seria considerada válida. Isso fez com que tenha passado 5 horas de Sábado à procura dos 3 matadouros desta semana, para ter uma ideia do tempo que demoro a lá chegar. Na 2ª feira acordei às 4h20 da matina para começar às 6h30 perto do aeroporto de Manchester. O que vale é que foram só 3 horas de porcos e o OV era simpático. Na 3ª e 4ª feira não tive de ir para Manchester, porque não havia animais para abater e porque no outro dia o OV ia estar com outro estagiário. E o que é que se faz nos tempos livres para além de tentar não gastar muito dinheiro? Vai-se ao escritório da EV chateá-los um bocado. Quem é que encontro a devolver o carro para ir apanhar o avião para a Dinamarca onde também existem matadouros com pessoal da EV? O meu coleguinha polaco. Já tinha chegado a correspondência do banco com o cartão multibanco e os cheques. O envelope do polaco continha os cartões multibancos de outras 2 pessoas, estava tudo baralhado, foi sorte não ter levado tudo para a Dinamarca. Depois disto, o meu cartão foi engolido por uma máquina multibanco na primeira tentativa de utilização. Fiquei a saber que o banco tinha enviado segundas vias de cartões rectificados para o escritório, mas ao voltar ao escritório não estava lá nada. Perdido no Royal Mail? Hummm… Também não ando com muita sorte com os devices electrónicos, a internet anda com pouquíssima rede, o disco externo avariou e não consigo instalar a webcam. O que vale é que o KZ emprestou-me a primeira série do Californication para me fazer rir um bocado (pelos vistos foram processados pelos Red Hot Chilli Peppers por terem o mesmo nome do que uma música).

terça-feira, 22 de julho de 2008

Bolton Abbey


Fiquei com uma amostra da liberdade dos miúdos ingleses, estava um de +/- 10 anos a atravessar o rio em cima de umas pedras ranhosas. Mas não era o único, os miúdos molhavam-se todos no rio, subiam às árvores, e os pais deixavam fazer tudo. Se fosse em Portugal já estaria uma mãe em pânico.

Bolton Abbey


Park Bolton Abbey


Méeee


É estranho vê-las nesta posição. Não estou habituada.

Malham


Malham


Vá lá que não se puseram à frente do carro. Até agora só os coelhos é que se arriscaram mais, não são muito espertos.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bolton Abbey


Também parámos em Bolton Abbey, um parque com umas ruínas do séc. XII.

The Yorkshire Dales


No Domingo fomos fazer um passeio aqui perto de Leeds. Fomos até Malham, um dos Yorkshire Dales, que são pontos de interesse geológico de alta altitude (não muito alta, a Inglaterra é como eu, baixinha). Existem algumas caves/grutas turísticas pertencentes aos Dales, é capaz de ser interessante mas fica para outra vez.
Foi um passeio bom para andar a pé, encher os olhos de verde, de branco (das ovelhas) e para aproveitar um dia não muito chuvoso.

Comi muito disto!


Ah ah ah, The Laughing Cow, estes ingleses traduzem tudo (menos os queijos que fazem de brincos, esses estão em francês)

sábado, 19 de julho de 2008

Não tenho de ir para a "escola de pesos"...



Chegou-me aos ouvidos que a TZ e a MN estão preocupadas com a minha falta de músculo para esta profissão. Como sei que elas acompanham o blog, vou deixar aqui um breve esclarecimento.

Eu não ando a carregar carcaças nem bocados de carne. Não é necessária força física para este trabalho. O que é preciso é saber afiar facas para que depois ao cortar não ser preciso exercer muita força nos pulsos e braços. O trabalho consiste em observar, cortar e se for necessário, mandar bocados para o lixo. Os trabalhadores do matadouro é que são responsáveis pelos trabalhos pesados, enquanto os inspectores apenas têm a responsabilidade de cumprir os pontos básicos de inspecção. Para mim a espécie fisicamente mais exigente (mas mais simpática em termos de ambiente de trabalho) é a dos franguinhos, porque temos de estar na mesma posição em pé durante muito tempo. Nas vacas, por exemplo, a linha é mais lenta e os inspectores dividem-se por tarefas - um corta os linfonodos da cabeça, outro analisa as vísceras (fígado, rins, coração, pulmões) fazendo os cortes obrigatórios em busca de lesões (por exemplo, parasitas nojentos como a Fascíola Hepática), outro vê a parte de cima da carcaça (está num nível mais elevado para chegar lá) e finalmente outro vê a parte de baixo da carcaça. Claro que a organização dos matadouros varia, se forem só 2 vacas abatidas provavelmente 1 inspector basta para fazer isso tudo (demora é um bocadinho mais). É preciso ainda ver os dentes da vaca para conferir a idade com o passaporte. O maior problema para mim é a minha altura, posso ter maior dificuldade em chegar até meio da carcaça se tiver de cortar qualquer coisa suspeita. Nos frangos também pode ser um problema, porque não vejo muito bem a parte de cima deles quando passam na linha, tornando-se mais dificil detectar celulite (sim, os frangos têm celulite, não são só as frangas).

No meu ponto de vista, trabalhar com animais vivos é fisicamente muito mais exigente, porque em muitas situações temos de inventar força para os agarrar, especialmente se estiverem contrariados.

Um grande beijinho para as duas (quer dizer, as três...)!!!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Finish with Uttoexeter

Finalmente amanhã vou-me embora de Uttoexeter para mais uma semana de treino práctico, desta vez na zona de Manchester, essa bela localidade. As boas notícias é que não vou ficar sozinha, vou ficar em casa do KZ em Leeds. As más notícias é que vou estar um pouco longe dos matadouros (a uma hora), o que para quem começa de madrugada não vem nada a calhar.
Como correu em Uttoexeter? Bah... O melhor daqui foi o convívio com a lady do Bed and Breakfast. Ela já tem o novo cachorro, é da raça do que está na foto - Staffordshire Terrier (raça proibida em Portugal). Quando acordei e abri a porta do quarto o cachorro saltou-me logo para as pernas (a Inglaterra não é um bom país para quem não goste de cães, mesmo andando todos à trela). Para mim o mais estranho é terem 2 cães, entre os quais um cachorro, numa casa de alcatifa. Uma autêntica porcaria. Falando em contrário de porcaria, ontem aprendi a fazer Muffins de qualquer-coisa-berry aqui no BB, na reunião com umas excelentíssimas senhoras que não sabem como se diz espátula em inglês (eu por acaso também não sei). Foi muito engraçado, duas das senhoras já tinham estado em Portugal, e demos por nós a discutir a segurança alimentar do chumbo do vidrado dos utensílios antigos de cozinha portugueses (os novos com o símbolo do garfo e copo já são seguros), que uma delas tinha comprado na sua visita turística. Ainda ninguém puxou conversa para os McCann, thank God!
O pior de Uttoexeter foi o matadouro, não entendia nada do que diziam por causa do sotaque manhoso e as instalações eram verdadeiramente arcaicas, se fosse lá a ASAE fechava no momento. Mas para os ingleses o que interessa é a legislação da BSE (cumprida "para inglês ver", dando mais emprego e trabalho aos OV - Official Veterinary - e ainda bem). Tudo o resto, como a higiene básica e as instalações, desde que não tenha efeitos directos visíveis no consumidor... Mas se calhar é uma excepção, tenho de ver os outros sítios primeiro antes de emitir opiniões (será que nos outros locais também cospem para o chão e os Meat Inspectors não dizem nada?). Acho que estou a ser injusta com o matadouro de galinhas onde estive, que é muito limpinho. Outra coisa nojenta é o cheiro das carcaças dos porcos. Depois de me habituar ao cheiro dos porcos da MP em Portugal, ao ser sujeita a este novo cheiro ia caindo para o lado - porque os porcos aqui não são castrados (not looking forward to eat pork...).

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Reunião de Tupperwares, lol!

Numa altura em que vários dos meus coleguinhas estão fartos do treino e querem-se ir embora, eu por cá continuo mais cansada do que contrariada. Vou tentando pensar noutras coisas sem ser o trabalho. Por exemplo, hoje vou ter o primeiro acontecimento social da semana, uma espécie de reunião de tupperwares (não é tupperwares mas é outra marca) aqui no Bed and Breakfast, com direito a chá e bolinhos. Isto com os ingleses é muito simples, basta começar a puxar pela conversa sobre o animal de estimação, arranjamos logo amizades (primeiro há que referir se está a chover ou não). Neste caso, a dona do Bed and Breakfast está muito entusiasmada porque passou a prova para poder ser dona de um cachorro abandonado da RSPCA. Para isso tiveram de fazer uma vistoria à casa para assegurar as condições. Daqui a um mês voltam cá para ver se o cachorro está a ser bem tratado. A quasi-dona também teve de levar o seu cão velhote (Whippet x Staffordshire Terrier) ao abrigo para ver se havia compatibilidade entre animais. O processo de adopção de animais tem imensas etapas. Nós em Portugal estamos a milhas disto, a verdade é que são muitos os animais que vão parar às associações de protecção animal pela segunda vez (como a APAFF).

terça-feira, 15 de julho de 2008

Dexter would have liked this slaughterhouse


Depois da companhia dos meus coleguinhas na “animada” terriola de Ruskington (perto de Lincoln), lá tive de rumar sozinha para a fase seguinte do treino como Meat Inspector. Neste momento sinto-me como o elefante que estava ao lado do London Eye – a caminhar com cuidado para não meter a “pata na poça” apesar de não estar a ver bem o chão. Este treino é muito cansativo. Estamos sempre a mudar de cidade (eu até tive sorte de não ter de ir até ao sul do Reino Unido) e afastamo-nos das únicas pessoas que conhecemos por todo o país. Somos mandados para o cu de judas para alojamentos pseudo-ranhosos (eu até tenho tido sorte) onde não podemos cozinhar. Resultado: apanha-se "parvovirose", pelas porcarias que somos obrigados a comer fora de casa. Uma coisa boa é que não estou em galinhas, estou num matadouro que faz vacas, porcos e ovelhas em Uttoxeter – Staffordshire. Outra coisa boa é que o BB é aceitável, tem TV cabo, dá para lavar roupa, preparam-me o pequeno almoço às 6 da manhã, é limpo e tem casa de banho com shower (e não com banheira). A dona é muito simpática e tem um cão cruzado de Staffordshire Terrier com Galgo Whippet (parece um fenómeno paranormal). De qualquer maneira, apesar de todas as contrariedades, não estou arrependida de ter vindo.

sábado, 12 de julho de 2008

Registo no RCVS




Ontem eu e o polaco fomos a Londres fazer o registo na RCVS. Deixámos o carro em Luton no parque mid term (toca a pagar 15 libras) e apanhámos um autocarro para a Victoria Station pago pela Eville and Jones. A viagem de autocarro foi de 1,5 horas, sendo que a minha pessoa ia ensalsichada ao lado de um grande polaco roncador. Finalmente em Londres tinhamos 20 minutos para o appointment com o RCVS, por isso "corremos" para a rua em questão. Quando chegámos ao quarteirão do RCVS havia um bloqueio policial sem término definido e sem autorização para nos dizerem o que se passava. Lá telefonei para a Eville and Jones que entrou em contacto com o RCVS para descobrir que era mais uma das muitas suspeitas de atentado terrorista que têm acontecido pela cidade. Havia alguns curiosos à volta do bloqueio, mas nada comparado com a curiosidade lusitana relativamente a estas coisas. Entre os curiosos estava um português todo contente a contar do caos que houve em Portugal na altura da greve dos camionistas, com alguns ingleses a ouvirem com cara de espanto. Passado um bocado lá abriram as ruas e pudemos cumprir a missão de passarmos a ser MRCVSs e a poder exercer no Reino Unido em pleno direito. Tivemos de declamar em voz alta um juramento parvo sobre bem estar animal e lealdade com o Royal College. Enfim, coisas à inglês. Ainda tivemos tempo para uma voltinha por Londres, antes de voltarmos para Lincolnshire numa viagem repleta de trânsito "pára-arranca" com chuvinha!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Tarte da Ervilheira


Estou muito contente que tenham deixado esta fatia de tarte para mim feita para a viagem à Lagoa da Ervilheira. Vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando chegar a Portugal - perguntar por ela!! E nada de desculpas que cheguei tarde de mais, isso não pega!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

chickens are driving me crazy



Esta semana estou num matadouro de frangos perto de Lincoln, que vende para a KFC (entre outros). Nunca vi tanto frango na minha vida, já estou a vomitar moelas pelos olhos e já me estão a nascer penas no rabo. Mais uns tempos nisto e acho que começava a pôr ovos.


Só para dar uma ideia, tenho de inspeccionar 10500 frangos por hora. Claro que tenho intervalos e vou variando de pontos de inspecção (existem muitos "meat inspectors" neste matadouro), mas não posso fugir à estonteante velocidade de ter de inspeccionar 3 aves por segundo. No início é normal "andar às aranhas" mas depois o trabalho torna-se 100% mecanizado, transformando-nos num software que detecta ligeiras alterações de cor, consistência e padrão. Ainda por cima ficamos a cheirar a canja de galinha, eh eh eh!

domingo, 6 de julho de 2008

Comunicações



Ainda em Leeds, achei melhor arranjar maneira de ter as minhas vias de comunicação desentupidas. Nada melhor do que comprar tudo em Leeds antes de ir parar às terriolas no meio do nada. Eis as minhas aquisições da Carphone Warehouse:


- telemóvel TalkMobile para poder telefonar para a rede fixa em Portugal por 4p/minuto, sem carregamentos obrigatórios (o telemóvel custou 10 libras e depois foi só comprar um cartão de mais 10 libras);


- mobile broadband da rede Three, em que o aparelhómetro custou 50 libras e cada carregamento mensal de 1Gb fica por 10 libras. Não tem contrato, ou seja, sou eu que escolho os meses que quero ter net. Tal como em Portugal, a maioria destas coisas tem contrato e obrigatoriedade de conta bancária nacional, coisa que ainda não tenho (tirando quem tenha um amigo brasileiro que possa comprar um Kanguru por nós, dos pré-pagos...)

near Lincoln


Na 6ª feira deram-nos o plano para o estágio e fiquei a saber por onde vou parar nas próximas semanas. Para já começo por Lincoln, num matadouro de aves (franguinho do bom). Entre cada sítio de estágio nunca vou ter de conduzir mais do que 2 horas, o que até nem é mau comparando com as alternativas (outros coleguinhas tiveram de andar umas boas 6 horas). Pelos vistos a empresa tem muita dificuldade em arranjar locais para estagiar, parece que ninguém gosta muito das pessoas com este papel (somos os maus da fita).
Estou alojada numa espécie de turimo rural, com quarto com casa de banho. É perto do matadouro e tem máquina de lavar a roupa (à borla). Tenho uma janela que dá para um jardim cheio de coelhos (mais ao fundo há cavalos). A dona disto tem ainda uns tantos cães, um deles é um Border Collie (daqueles que a Tata gosta e que no livro dos animais lá de Cantanhede era estranhamente descrito como potencialmente agressivo). É muito simpática – vai-nos preparar umas sandochas para levarmos para o trabaho!

O Breakfast Menu é composto pelo seguinte:
- Bacon, eggs, tomato, Lincolnshire sausage, mushrooms and black pudding. Temos ainda como complemento (energético) smoked haddock and smoked salmon. Nham nham!!!

Telemóvel da empresa

Os tipos da EV não são muito espertos, podiam formatar os telemóveis antes da entrega à nova pessoa. O meu telemóvel tem uma mensagem escrita que é assim:

“No me hables mas d esta puta empresa que me pongo d mala hostia. Ya tengo insomnio, es que me caliento que me dan ganas d darle fuego a la oficina d leeds.”

Parece-me que alguém está chateado. Se calhar devia telefonar a perguntar exactamente o que se passou, já que é de borla...

York



Este bacano de chapéu estava a fazer uma tour por York contando um pouco das histórias do passado. Segundo ele, uma experiência aterrorizante especialmente para cardíacos (???).


Não ando a tirar muitas fotos porque me esqueci do carregador em Portugal, bah!



York - Catedral

As melhoras para a TiZ!


Ouvi dizer que a TiZ está com um olho à belenenses... As melhoras!
Aqui vai uma fotografia de York, cidade pitoresca perto de Leeds com quadros pendurados na parede externa das casas. É muito fácil chegar lá de carro (25 minutos) e depois nas 18 o estacionamento é muito barato no parque à entrada do centro. Vou ver se ponho mais fotografias aqui no blog.

Semana do treino em Leeds

O treino teórico teve a duração de uma semana, numa sala do Ramada Hotel. Fomos apresentados à equipa da Eville and Jones e a toda a confusão que significa o sistema de Health Safety relativamente aos matadouros. Tivemos aulas dos mais mais variados temas mas tudo muito teórico e básico, nada de especial. Eu, por estar alojada num sítio diferente, tive direito ao carro logo na 2ª feira. Os outros é que não tiveram grande sorte, só tiveram o carro na 6ª feira, que é péssimo porque no dia seguinte tiveram de fazer uma viagem de 6 horas e não tiveram tempo para se habituarem à condução pela esquerda e ao tipo de carro. Também só na 6ª feira ao fim do dia é que ficamos a saber exactamente os locais de estágio e o alojamento (pago pela empresa). O telemóvel da empresa também só veio na 6ª feira – temos direito a 24 minutos de borla para as outras pessoas da EJ. Quando acaba esse tempo e se ainda não tivermos falado tudo, desligamos e voltamos a ligar durante mais 24 minutos, e assim sucessivamente.
O resto do tempo foi dedicado à confraternização com os coleguinhas de várias nacionalidades (Espanha, Portugal, Polónia e Roménia).

quarta-feira, 2 de julho de 2008

1º fim de semana em Leeds

O Sábado foi basicamente para descansar e conhecer um pouco a cidade de Leeds. Estou alojada em casa do KZ que está a fazer o doutoramento cá. Todos os outros coleguinhas ficaram alojados no Ramada Hotel, onde vai ser o treino. Alguns ficaram em quartos partilhados (e aqui surge o problema do ressonar). No hotel apenas têm direito a pequeno almoço, mas podem comprar refeições no Tesco (ao lado), em pubs da zona e no próprio restaurante. Durante o treino o almoço é oferecido, e pelos vistos vamos ter um grande jantar na 5ª feira.

No Domingo foi o dia da “Driving Tuition”, em que um instrutor de condução esteve meia hora com cada um de nós para iniciarmos a condução ao contrário. Para pessoas dextras é mais dificil a adaptação, a mão esquerda não é delicada com a caixa das mudanças. Quando a conduzir pela esquerda, é só uma questão de estar com atenção. O instrutor disse que os portugueses foram os que tiverem maior facilidade na prova, ah ah!

Transportes Públicos de Leeds:
Os bilhetes custam mais ou menos 1,5 libras nos tranposrtes pagos (há uma carreira à borla no centro da cidade). Existem duas companhias principais, a Metro e a First. Nas paragens podemos ver a que horas passam os autocarros todos os dias da semana e para onde vão. Para quem quiser ir do Ramada Hotel para a cidade pode apanhar um autocarro em Seacroft Bus Station (que fica no Tesco, o supermercado ao lado do hotel). Como eu estou alojada longe do hotel pedi para que me dessem o carro com a maior brevidade possível, e assim aconteceu, na 2ª feira era a única que tinha direito a carro.

Coisas novas que descobri:

- Devia ter trazido um cartão multibanco Maestro, são os únicos cartões estrangeiros em que se escapa à comissão de pagamento no Reino Unido;
- É comum levantar-se dinheiro quando se paga com cartão multibanco no supermercado;
- os ingleses passam-se se não tivermos os cartões multibancos assinados;
- os bloqueadores de volante não são universais;
- as tomadas têm interruptor (até já sabia da anterior estadia);
- existem casas de banho alcatifadas;
- adoro persianas;
- os portugueses têm uma grande consciência ambiental (reciclagem)!

Viagem Porto – Leeds

Depois de estudar as várias opções de chegada (sabendo que não queria chegar muito tarde e que queria ir naquele dia em particular) acabei por escolher viajar do Porto para Bristol pela Ryanair e depois de Bristol para Manchester pela Air Southwest. No aeroporto de Manchester, apanha-se facilmente (depois de andar um bocado e apanhar vários elevadores) o comboio para Leeds (18 libras!!). Foi engraçado que ao aproximar-me cada vez mais do destino ter tido a sensação de estar a aproximar-me de um país mais pobre do que Portugal (seria da falta de luz?). O aeroporto do Porto é espectacular, tem free wireless, é agradável, com muita luz e tem daquelas cadeiras-sofás que se reclinam para trás e que dá para dormir. 5 estrelas. Se calhar 4 estrelas, pela complicação de utilizar o Andante para apanhar o metro para a Campanhã (é preciso frequentar um workshop sobre as zonas do metro). Os aeroportos de Bristol e de Manchester não têm um aspecto tão simpático. Os aviões da Ryanair até não são maus, aconselho é a ficar com os “emergency seats” por causa do espaço para esticar as pernas. Quanto à Air Southwest, para além de ser caro, aqueles aviões são autênticas trotinetes do ar, brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, mas inacreditavelmente, estava gente a dormir durante o voo (se calhar tomaram alguma coisa). Para a próxima vou tentar ir pela BMI baby.
Quanto à bagagem, a Ryanair permitia 15 kg de bagagem de porão e 7 kg na bagagem de mão (de dimensões limitadas) enquanto a Southwest permitia 20 Kg no porão e 5 Kg na mão. O aeroporto de Bristol apenas permite um item para bagagem de mão, ou seja, quem ande com carteira tem de arranjar maneira de a enfiar dentro da mochila de mão. Não permitem embalagens com mais de 100 ml na bagagem de mão e todos os outros líquidos têm de ser enfiados num saco de plástico deles (chato para quem queira transportar garrafas de um lado para o outro). Os portáteis e todos os aparelhos electrónicos têm de ser tirados da mala aquando do controlo das bagagens de mão. Depois existe ainda a “apalpadora oficial” que escolhe as pessoas para chatear à saída do controlo.
Primeira impressão de Manchester: a caixa amarela para agulhas na casa de banho (estou habituada a vê-las nas clínicas veterinárias, não em casas de banho, quase pensei que tinha entrado no gabinete de veterinária do aeroporto). Não apanhei ninguém a falar com aquele sotaque do “Imperiais e Batatas-fritas” (a série da SIC radical), mas não tive assim tanto tempo em Manchester.