sexta-feira, 12 de outubro de 2012

R.I.P. Mia


Sou veterinária mas nunca tive muitos animais. Quando era pequenina estava sempre a pedir um cão ou um gato, e depois de muita insistência consegui convencer os meus pais a ter um animal de estimação - mas calhou-me um hamster! Chamava-se Patas e sofria um bocadinho nas minhas mãos. Fazia-lhe labirintos de legos com bocadinhos de queijo que ele ignorava por estar nervoso, mas nunca me mordeu. A minha mãe dava-lhe banho com fairy porque no seu entender não havia grande diferença entre ratos e hamsters. Depois de dois anos o Patas morreu e eu pedi uma substituição (durante algum tempo fiquei com problemas de consciência ao pensar que se calhar ele hibernou e a gente o atirou para o caixote de lixo). Então veio o segundo hamster que não durou muito tempo e o terceiro hamster que só sobreviveu 15 dias. Entretanto Consegui convencer os meus pais a ter um gato, e daí apareceu a Mia, a minha primeira gata, que durou 17 anos (e agora no Reino Unido tenho o meu segundo gato). 17 anos é muito tempo e muitas coisas mudaram nas nossas vidas, enquanto que a Mia sempre foi a Mia com os seus hábitos e mau feitio. Sempre que eu voltava a casa sabia que a iria encontrar em cima do aquecedor, no sofá azul, no parapeito ou em cima da cama dos meus pais. Fazia sempre as mesmas brincadeiras e só gostava dos seus donos, ignorando todas as outras pessoas que iam lá a casa. Era bastante inteligente e ágil para uma gata de apartamento. Foi por causa da Mia que eu descobri que os gatos são muito interessantes e que queria trabalhar com eles. Em 17 anos foi perdendo as 9 vidas (ou serão 7?) e esta semana teve de ser eutanasiada, deixando um grande vazio nas nossas vidas. Adeus Mia!

2 comentários:

A outra dona disse...

A Mizinha na sua posição predilecta-focinho atento em descanço. Temos um tratado mental das suas múltiplas posições egípcias e gregas, dos seus movimentos elegantes e orgulhosos, das suas reacções previsíveis mas não submissas, da sua incondicional fidelidade. Como é possível ela não se manter presente? Oxalá os seus pêlos continuem por muito tempo. E como diz a Ana, ela na sua superioridade continuará a observar- nos de cima do guarda fatos.

David disse...

David

Eu estou muito triste porque a Mia morreu, mas se calhar está no céu dos gatos.