segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Escócia quer ser independente!

Faltam poucos dias para o referendo sobre a independência da Escócia. Escusado dizer que não se fala de outra coisa! Irá a Escócia sair do Reino Unido? As sondagens dizem que a votação está muito renhida! O que irão os escoceses dizer?





Aqui ficam as razões utilizadas pelos dois lados nesta votação tão importante:

Vantagens da independência:

- controlo sobre as explorações de petróleo que provavelmente poderão fazer da Escócia um dos países mais ricos do mundo;
- mais empregos serão criados com a passagem dos serviços de Londres para a Escócia;
- Criação de um estado mais social e justo;
- alteração de legislação uma vez que as decisões de Londres são generalistas e nunca têm em conta o povo da Escócia (que representam apenas 10%);
- Os partidos independentistas gostam de apelar às medidas populistas do costume dizendo "melhores benefícios, educação mais barata, menos privatização do sector público, maior apoio social"; 
- A Escócia seria livre de materiais nucleares se optasse pela independência;
- Em termos de orgulho nacional, os escoceses querem ser independentes e detestam a Inglaterra por razões associadas ao passado. O País de Gales tem os mesmos sentimentos mas não tem petróleo, por isso não pensa na independência.

Porque é que a Escócia não deve ser independente:

- Neste ambiente de instabilidade económica será mais seguro manter a unidade especialmente se futuras crises se desencadearem;
- O futuro económico da Escócia como país independente será incerto;
- Incerteza quanto ao futuro da União Europeia - será que a Escócia terá de entrar o Euro para sobreviver economicamente? Irá Londres permitir que a Escócia continue a utilizar a libra?
- As bases militares da Escócia terão de ser transferidas para o Reino Unido deixando a Escócia sem nenhum apoio militar e mudando a vida a muitas famílias;
- A Escócia terá de partilhar/suportar a sua parte do défice, não poderá apenas sair do Reino Unido e "esquecer-se";
- Os bancos da Escócia já anunciaram que se mudariam para Inglaterra se a Escócia optar pela independência, pelo medo da instabilidade que possa ser criada. Outras empresas estão a pensar no mesmo;
- Os escoceses já têm alguns benefícios comparativamente com os ingleses. Um escocês que frequente uma universidade escocesa quase que não paga propinas, enquanto que o inglês paga propinas em todo o lado!
- Não é justo para os ingleses esta instabilidade o "sim" irá desestabilizar os mercados?

O que irá acontecer? Tatararamm.....

O Harry Potter!



No mês passado fui arrastada para ver a "Harry Potter Tour" em Londres. Trata-se de um museu onde se encontram todos os adereços e cenários utilizados nos filmes, ou seja não é particularmente interessante para crianças que procuram alguma interactividade. Também se perde alguma magia ao se reconhecer que os adereços em si banais e que os efeitos especiais e manipulação de imagens é que ajudam a criar o efeito final. A tour consiste em dois pavilhões e uma área exterior onde se vendem "snacks" e "butterbeer", uma bebida mencionada muitas vezes nos livros (beberagem enjoativa não-alcoólica com sabor a caramelo). A tour demora 3 horas, é bastante interessante mas um bocadinho... cara...  No inicio da tour podemos ver a sala de jantar do castelo de Hogwarts (muito mais pequena do que eu estava à espera e sem o tecto que aparece nos filmes) e no final da tour podemos apreciar o modelo do castelo que foi utilizado para as filmagens exteriores. Entre outras coisas podemos ver as roupas utilizadas nos filmes, as máscaras, os robots e os cenários (quartos e salas utilizados)! A parte mais gira da tour é rua Diagon Alley (a rua das compras) recriada em tamanho real. No final fica-se com uma ideia de como foi trabalhoso fazer esta saga e da quantidade de pessoas que estiveram envolvidas neste projecto!




 




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Caminhadas

O País de Gales é o país das voltinhas a pé. Há provavelmente mais de 100 circuitos sinalizados que se podem fazer! Às vezes num Sábado de sol (ou de chuva) os amigos juntam-se para uma caminhada. Geralmente pesquiso na internet zonas que ainda não conheço e tento procurar opções "fáceis" (8-15km). As descrições das caminhadas são muito encorajantes e dão a ideia de ser tudo tão fácil que qualquer octogenário se poderia juntar ao desafio. A estimativa da duração da caminhada também raramente é acertada. Numa das minhas mais recentes aventuras demorei 6 horas em vez das 3 horas descritas no percurso! Se calhar a culpa é minha, sou muito lenta e estou sempre a parar!




Este sábado resolvemos ir fazer a caminhada circular Llantwit Major / Nash Point.


Imprimi o percurso a fazer com a percurso pormenorizado. Iriam ser 9 milhas (14.4km).


Começámos muito bem por meio de floresta até à zona da praia, e muitas vezes encontrámos setas com as indicações correctas da caminhada. Tudo o que estava na descrição batia certo! Cruzámos-nos bastante vezes com outros caminhantes que muito cordialmente nos cumprimentavam. Alguns traziam equipamento profissional com chapéu à coronel tapioca de cor caqui e bengala de ponta afiada. Tudo estava a correr bem e a paisagem era muito bonita! O que a gente não estava a contar é que parte do percurso implicava atravessar umas tantas quintas de vacas! E sim, lá estavam as ditas setas de madeira do percurso a corroborar as indicações impressas, tínhamos mesmo de passar por dentro das quintas!





Tudo bem, agora era tarde para voltar para trás. Lá íamos nós pisando o terreno com terra revoltada misturada com estrume e saltando umas tantas cercas. Chegou a um ponto do caminho em que as indicações diziam que teríamos de passar mesmo pelo meio de uma manada. Ora quem ia comigo não estava particularmente entusiasmado com a ideia de incomodar as belas vaquinhas, depois de eu afirmar com muita certeza que os relaxados bovinos nos iriam com certeza ignorar. Devagarinho lá nos aproximámos até que me apercebi que havia ainda outro problema - a quinta também tinha cães - os famosos Border Collie! Claro que vieram a correr em nossa direcção! Lá voltámos para trás em passo de corrida e empoleirámos-nos em cima de uma cerca! Os cães não eram agressivos, só nos queriam avisar. O que iríamos fazer? Atirar as nossas sandes ao ar para entreter os cães enquanto alcançávamos a cerca do outro lado da quinta? Ou voltar para trás? Lá decidimos voltar para trás se bem que isso significava andar mais milhas e repetir percurso. De rabinho entre as pernas demos meia volta! E de rabinho no ar estava um cachorrinho que nos resolveu seguir! Muito simpático, o cachorrinho Border Collie não voltava para trás quando a gente o mandava, achando que queríamos apenas brincar com ele. Resolvemos continuar e ignorar o cachorro, mas passado meia hora ele ainda vinha atrás de nós! E agora? Levamos o cão connosco? Lá tivemos de voltar para trás para tentar devolver o cão! Quando estávamos mais próximas da quinta fizemos de "estátua" bastante tempo até o cão desistir e ir para casa! E lá está, finalmente podíamos voltar para trás e continuar o nosso caminho!


É por isso que estas voltinhas demoram sempre muito mais tempo do que se está a contar!












sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Bifes Mal Passados - o livro de João Magueijo







Tive a oportunidade de ler o livro "Bifes Mal Passados" de João Magueijo, sobre o seu percurso no Reino Unido. Fiquei muito chocada - como é que João Magueijo conseguiu que este livro fosse publicado!

O João Magueijo descreve tudo o que há de pior do Reino Unido sem oferecer contexto, de forma ordinária e pouco interessante. Talvez fosse mais divertido se João Magueijo se colocasse no papel de vítima de português perdido no Reino Unido e fizesse um livro do género "as Lições do Tonecas", com a capacidade de se rir dele próprio. Mas não. O leitor não consegue simpatizar com João Magueijo, porque em terras de sua majestade se acha no direito de se comportar de forma bastante desadequada, colocando-se em situações que à partida sabe que não vão correr bem. Resulta disto uma "diarreia" de obscenidades sobre o Reino Unido misturada de saudosismos sobre tremoços e cerveja portuguesa. Esta "diarreia" é tão mal cheirosa que qualquer pessoa que leia o livro fica com uma indigestão britânica e a pensar que este país é constituído por uma cambada de atrasados mentais. Fico sem saber se o que João Magueijo descreve no livro realmente aconteceu, já que muitas situações descritas parecem altamente exageradas. Também acho estranho como é que uma pessoa que tem tantos anticorpos a um país aguentou tantos anos a viver no mesmo, conseguindo no meio de tanta horrorosidade (palavra inventada para a situação) desenvolver uma carreira tão relevante para a comunidade científica! Entendo quando alguém queira escrever algo engraçado, mas falhou e acabou por escrever um livro altamente ofensivo cheio de palavrões. E porque é que eu li o livro? Demasiada curiosidade? Talvez, o livro lê-se em poucos minutos já que muitas partes se podem passar à frente... 


O João Magueijo frequenta o pior dos locais onde se pode ir no Reino Unido por opção própria - ninguém o obrigou a lá ir! Mas pelo que diz parece que se divertiu bem pelo caminho, gabando-se das suas namoradas e dos seus episódios de andar a correr nu embriagado pela rua fora.

João Magueijo vive em Londres, tem uns dias livres - o que faz? Vai passar férias a Margate, dando origem a muitas páginas de maldizer! Isto é como quem vive em Cascais e vai passar férias a Chelas, não querendo eu dizer mal de Chelas que não tem culpa nenhuma mas apenas para dar um exemplo dum local não me apetece ir para relaxar. Margate é um local meio abandonado parado no tempo, que há muitos anos era considerado uma moderna estância balnear. Os próprios ingleses dizem mal daquilo.

O João Magueijo vai subir a montanha num dia de chuva e não gostou. O que é que ele quer? Eu própria vivo cá há muitos anos e não vou subir a montanha se estiver a chover! Aliás, subir montanhas é para pessoal desportivo que não se importa com intempéries e gosta de aventura! 

O João Magueijo vai a uma palestra aqui em Swansea e quando começa a falar dá um grande arroto. Ninguém se ri. O que é que ele estava à espera?

O João Magueijo veio a Swansea e deve ser a única pessoa que eu conheço que ficou preso na península de Rhossili por causa da maré - quando a maré fica cheia o local torna-se numa ilha. O que ele não explica é que é preciso querer para se ficar preso na ilha, já que existem imensos avisos, uma patrulha, uma sirene que toca uma hora antes da maré voltar a subir, etc. A única coisa que João Magueijo gosta de Swansea é do poeta Dylan Thomas, que coincidência das coincidências, também ficou preso na ilha de Rhossili! Será então tudo inventado?

É o livro dele e cada um tem direito a escrever o que bem quiser, só compra quem quer! Uma pessoa conhecida e com facilidade em publicar livros em Portugal devia ter alguma responsabilidade no que escreve... 

sábado, 21 de junho de 2014

O choque! O horror! A colheita de lixos!


Hoje estou de mau humor, a usar o blog para fazer queixinhas!

Descobri que como vou de férias por uns dias e por azar vou perder dois dias de colheita de lixos!
Isso quer dizer que a próxima vez que vou poder pôr os meus 4 sacos de lixo preto lá fora para recolha municipal é no final de Julho! E muita sorte tenho eu, que nos concelhos vizinhos já reduziram para 3 sacos, não me posso queixar!

Como fazer para evitar ter de colocar os sacos no carro e ir com eles até ao sítio mais mal cheiroso do mundo, onde as pessoas vão quando precisam de vomitar:

- fazer como os ingleses e não comer fruta e comer refeições de microondas em que a embalagem possa ser reciclada (tem de se comer tudinho sem deixar restos);
- começar a levar o gato  à rua com a trela para ele não fazer xixi nem cocó na caixinha de areia;
- comprar apenas vegetais que se possam comer por inteiro;
- ir ao restaurante todos os dias;
- comer sandes mais vezes;
- não limpar a casa!


Resolvido!


Are you over 25?

Aquele momento estranho em que uma pessoa está a pagar 1 libra por uma tesoura de cozinha, ainda por cima daquelas RANHOSAS que não cortam nada e que se sabe que não vão durar mais do que uns meses (mas que não há paciência para procurar uma melhor), e ouve-se a seguinte pergunta:

- "Are you over 25?"

A senhora da caixa perguntava se eu tinha mais do que 25 anos, com um sorriso muito simpático de "bem, tenho de perguntar, é o meu trabalho!"

- "Excuse me?"

Pergunto eu, que meia a dormir só apanhei metade da frase, a pensar que a senhora me estaria a tentar impingir algum produto de uma qualquer caridade ou então me estava a dizer que a tesoura custava 25 libras.

- "Are you over 25?"

Volta a perguntar a senhora, enunciando bem as palavras. Pelos vistos se eu tivesse menos de 25 anos não podia comprar a tesoura, não vá cair na tentação de andar aí pela rua às tesouradas. Pelos vistos antes dos 25 anos a possibilidade de se ser delinquente é elevada e o acesso a tesouras é limitado e supervisionado. Depois dos 25 anos tudo muda e ganha-se juízo.

- "Yes."

Respondi eu, com os meus 33 anos. Mas mesmo se tivesse 24 anos não havia problema que a senhora não pediu nenhum documento de identificação. Posso ser delinquente aos 24 anos mas nem pensar mentir sobre a idade.

Conclusão: senhora entediada sem nada para fazer sem ser chatear os outros?

domingo, 15 de junho de 2014

Diane Lazarus, a Vidente


De vez em quando o pessoal da clínica junta-se para actividades locais. Este mês resolvemos ir ver um show da Diane Lazarus. E que tipo de show é esse perguntam vocês? 



Numa sala comunitária pertencente a um pub, aproximadamente 150 mulheres (e uma meia dúzia de homens bem comportados) encontravam-se sentadas em conversa animada ao mesmo tempo que comiam cachorros quentes com cebola e bebiam cidra. 

Quando cheguei ao pub mal havia sítio onde sentar. Muita gente tinha vindo mais cedo para assegurar um bom lugar! Ao fundo da sala havia um palco, onde passado algum tempo aparece a famosa Diana Lazarus, uma senhora que diz ter uns dons muito especiais. 

Diane Lazarus faz tudo, vê o futuro, fala com os mortos, ajuda em decisões sentimentais e profissionais, até ajuda a polícia em investigações criminais (ofereceu a sua ajuda para encontrar Maddie Maccann). E como se desenrola o show de Diane Lazarus? Talvez a comparação mais justa seja com a série de televisão "O Mentalista", em que o actor principal usava as suas capacidades dedutivas para "pescar" características do público e encontrar uma forma de os surpreender. Diane virava-se para uma pessoa e fazia perguntas vagas, até conseguir acertar em alguma coisa. "Quem faz anos em Julho? Estou a ver um aniversário importante! Se fosse a si jogava na lotaria." É difícil avaliar os "poderes" de Diane sem conhecer a pessoa em causa, mas no final do espectáculo tive direito a uma "amostra", não por mim mas pelas pessoas que vieram comigo. 



Quando a Debbie (a minha recepcionista) foi abordada por Diane, achou por bem perguntar por Trish, a manager da clínica que faleceu há 3 anos atrás de cancro renal. Diane começou no seu paleio vago "estou a ver um descapotável, um parque de estacionamento cheio de carros, estou a ver uma caneca com um dragão." A Debbie não fazia ideia que referências eram aquelas e encolhia os ombros. "Ela está a dizer para usarem a caneca dela que tem um dragão vermelho." Claro que a gente não sabia que caneca era aquela. Encolhemos os ombros e ignorámos o assunto. 

No final do show quem tivesse comprado um livro de Diane tinha direito a fazer uma pergunta (boa técnica de marketing). A Shauna, a filha de outra recepcionista da clínica, resolveu ir tentar a sua sorte. O avô dela tinha falecido há pouco tempo e como homenagem Shauna mandou tatuar as palavras "Grampa" (avô) e uma goma de ursinho vermelha no tornozelo (o avô pelos vistos era muito guloso e gostava muito de gomas). Eu tive oportunidade de ver a tatuagem e tive de dizer que estava muito bonita quando pensava exactamente o contrário. A Shauna fez então a sua pergunta, "fiz algo diferente recentemente e queria saber se o meu avô aprova." Diane pegou no livro para assinar e escreveu algo sem mostrar, fechando a capa logo de seguida. Quando a Shauna abriu o livro, leu o seguinte: "tattoo - it is a waste of money!!!". Lá ficou a Shauna de queixo caído! 


No dia seguinte fui trabalhar e fui à procura das canecas. Lá encontrei a caneca com o dragão vermelho e confirmei que era a caneca que a Trish usava falando com outras pessoas da clínica. Recentemente também descobri por outra pessoa que a Trish tinha um descapotável. A caneca está lá, e agora toda a gente tem medo de beber por ela!


Aranhas Vermelhas

Cá estão as pequeninas aranhas vermelhas de volta às paredes externas da minha casa... Quando o  tempo começa a aquecer encontro umas tantas na minha porta ou no parapeito da janela. Esperemos que não entrem dentro de casa! São inofensivas mas podem aparecer em grandes quantidades por isso são consideradas uma praga.




O Arranha-Céus Walkie Talkie que derrete carros e afins

Este edifício londrino tem criado alguma controvérsia inesperada. O seu nome é Walkie Talkie!



Este edifício tem uma característica muito especial! Nos dias de sol (não são muitos mas de vez em quando aparecem) as paredes espelhadas da superfície côncava actuam como uma lupa e causam alguns estragos nos carros à volta. No ano passado houve um jaguar que ficou danificado:





Também há quem aproveite a situação para fritar um ovo:


Recentemente fala-se na instalação de painéis no edifício para se evitarem mais assaduras inesperadas!

Coincidências e árvores Teixo

Num fim de semana de Maio resolvi visitar os famosos Aberglasney Gardens, não muito longe da minha casa. Estes jardins incluem um túnel yew (teixo) do séc XVIII, muito popular por ser bastante fotogénico. Quando eu fui não tinha muitas folhas, talvez tenha de voltar numa altura diferente do ano para poder apreciar a árvore de outra maneira.

Passado uma semana o Conservatório David de Sousa, a escola de música da minha infância, publicita no facebook um musical chamado "Magia do Bosque", com uma fotografia que parece ter sido tirada exactamente no mesmo sítio.

Ainda na mesma semana o famoso actor Damian Lewis que aparece na série Segurança Nacional também aparece para visitar a famosa árvore!








As Árvores Yew são das plantas mais antigas da Europa. Pensa-se que algumas árvores tenham entre 5000 a 9000 anos, embora este número seja considerado exagerado por muitos.