Este é um blog de uma veterinária portuguesa a viver no País de Gales, no Reino Unido! Para amigos, familiares, curiosos e ainda pessoas que estejam a ponderar semelhante experiência!
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
O dia das panquecas
Ontem tivemos o tal dia das panquecas. Quando cheguei a casa e entrei na cozinha encontro o quê? Uma embalagem de panquecas já feitas do supermercado que supostamente são para ir ao microondas. Fiquei logo enjoada. Bahhh. Não pode…
Um pouco mais tarde a Holly chegou (a inglesa cá de casa) e decidiu fazer panquecas a sério. IUPI!!! Fiquei a saber que as pré-feitas tinham sido compradas pelo Paul (o outro housemate), que agora vai ter de comer aquilo tudo sozinho. Mesmo assim fiquei desiludida com as panquecas da Holly, só me calharam 2 panquecas muito pequeninas! Comi cada uma em 3 dentadas. Mais valia ter mandado vir um frango, sempre era mais substancial.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Recebi a minha primeira prenda na clínica!
Escusado será dizer que os donos da gata não eram ingleses, mas sim americanos...
Six Nations Championship
Aqui não há Carnaval
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
A loucura do Facebook e os Flashmobs
Para quem não sabe, o Facebook é uma rede social (tal como o Hi5) onde criamos um perfil e uma lista de amigos (descobertos ou convidados através do nosso email). Podemos ver quem são os amigos dos nossos amigos e pedir autorização para os adicionar à nossa lista. É possível colocar fotos, fazer alguns jogos online, dar prendas, editar o nosso status, falar como se estivéssemos no Messenger, etc.
Aqui no Reino Unido pode-se dizer que toda a gente tem Facebook, e quem não tem é “weird” (como se não tivesse um telemóvel). Todas as pessoas de todas as idades estão no Facebook, desde as velhinhas que andavam no coro com a Joana em Norwich até aos meus chefes. Em Portugal é ao contrário, nunca se espera que um quarentão casado e com filhos passe horas e horas da sua vida numa rede social online (a não ser que tenha alguns problemas psicológicos).
O Facebook também é um subterfúgio para quem não tem muito jeito para o engate. No outro dia estava com uma rapariga espanhola Meat Inspector que estava a tentar marcar por telefone o hotel para os pais a virem visitar. A conversa começou a ficar muito estranha e do outro lado da linha começaram a vir perguntas não muito comuns para este tipo de situação. Uma delas foi se esta rapariga estava no Facebook!
Aqui também é frequente a mobilização de multidões a partir de apenas um utilizador do Facebook. No princípio deste mês um miúdo chamado “Crazzy Eve” resolveu imitar um anúncio da operadora T-Mobile (telemóveis) em que centenas de pessoas dançam numa estação de metro. Criou um “evento” para que os amigos se juntassem e fizessem a mesma coisa (um “evento” é uma opção em que convidamos os amigos do Facebook para um acontecimento numa data em particular). Os “amigos” passaram a informação para os sucessivos “amigos” o que originou que 14000 pessoas se juntassem numa estação de metro em Londres para dançar num determinado intervalo de tempo! Os ingleses chamam a isto de Flashmobs, o que pelos vistos é muito comum por estas bandas, sendo o Facebook a principal ferramenta de divulgação. Há Flashmobs de tudo, desde pessoas a comportarem-se como zombies, lutas de almofadas, conga dance, paragens no tempo e ainda reunião de Mr Smiths (do Matrix)!
Os 14 mandamentos da clínica de pequenos
1- Não marcarás acompanhamentos pensando que são à borla
2- Não venderás desparasitante a desconhecidos
3- Não farás RXs sem ter o animal anestesiado
4- Não fugirás da radiação da sala do RX como o diabo foge da cruz (é sinal de totozisse)
5- Não utilizarás betadine para desinfectar as feridas (água com sal é suficiente)
6- Não utilizarás nem aconselharás pomadas com antibióticos de uso humano
7- Não farás da falta de desinfectantes um problema
8- Não utilizarás medicamentos de uso humano em animais (os documentos dão muito trabalho)
9- Não te queixarás pela falta de princípios activos disponíveis
10- Não aceitarás clientes que telefonem 1h antes da hora de fecho da clínica (ainda mais quando há jogo de rugby)
11- Não te esquecerás de meter as compressas sujas com sangue no saco de lixo amarelo e as compressas pouco sujas no saco de lixo preto
12- Não tentarás implementar um sistema de higienização alternativo da clínica
13- Terás um telemóvel com conversor porque alguns termómetros estão em Farenheit e algumas balanças em libras
14- Não demorarás mais de 10 minutos em cada consulta
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Tem tanta piada...
Estava uma senhora idosa à minha frente na fila. Quando chegou a sua vez, teve de pagar uma conta qualquer com o cartão multibanco e não estava familiarizada com as maquinetas (somos nós que inserimos o cartão em vez de o entregar ao funcionário). A dita senhora estava um pouco confusa na altura de marcar o PIN e o funcionário atrás do vidro começou a falar mais alto na tentativa que ela compreendesse. Começou toda a gente a rir-se com a atrapalhação da senhora, e veio uma pessoa apontar para os números da maquineta. A senhora lá entendeu e marcou o PIN, mas dava errado. E toda a gente na fila a rir como se fosse a coisa mais divertida do mundo. O funcionário saiu de trás do vidro e num tom de gozo perguntou se ela queria que ele lhe marcasse o PIN. A senhora disse que sim e começou a dizer o código em voz alta. Aí foi a gargalhada total, com o funcionário a aproximar-se da cara da senhora como quem recebe um segredo, mas com o intuito de se exibir e não de ajudar. Marcou-lhe o PIN e a situação resolveu-se com a senhora a sair da estação de correios com um ar constrangido. E toda a gente ria, ria, ria...
Não entendo nada disto, quer dizer, numa sociedade em que um locutor de rádio é criticado por uma ouvinte irlandesa por ter dito que o cão Irish Setter é um bocado estúpido (por ter utilizado as palavras “Irish” e “estúpido” na mesma frase fazendo com que o preconceito de que o povo irlandês é estúpido seja reafirmado nos ouvintes) e em que o que conta é o que o outro entende e não o que se realmente diz, temos estas situações de desrespeito e falta de compreensão com uma senhora idosa atrapalhada… Se fosse em Portugal quanto muito as pessoas começavam a refilar com o tempo que estava a demorar, mas acho que ninguém se iria rir. Se calhar é isso, numa situação equivalente, o português diz mal ou compadece-se, enquanto que o inglês ri-se.
Quando for grande quero usar o mesmo amaciador que o Bruno Aleixo.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
E finalmente as Anas encontraram-se
Está a nevar em Cardiff!
Há 18 anos que não nevava tanto por aqui. Londres está coberto por 20cm de neve e os aeroportos estão parados (azar para a Joana que veio cá na pior altura). Aqui também está a nevar, mas os flocos são muito pequeninos (dói um bocado quando batem nos olhos). Claro que foi o suficiente para termos os miúdos na rua entusiasmados a atirar bolas de neve uns aos outros felizes por não terem de ir à escola. A inglesa cá de casa também está muito feliz com a neve, e até fez uns biscoitos de chocolate para comemorar (todas as semanas ela faz qualquer coisa de chocolate, estou a gostar da ideia).