No mês de Dezembro fui fotografada por um radar perfeitamente identificado (estava mesmo distraída, aqui só é apanhado quem vai a pensar na morte da bezerra). Passado umas semanas recebi a carta com a Notice of Intended Prosecution que me acusava de ir a 34 milhas por hora (63km/h) numa zona de 30 milhas por hora (=55km/h). Acontece. Especialmente quando a estrada está completamente vazia. A maioria das pessoas trava antes do radar (o objectivo dos radares não é bem esse), mas eu travei um bocado em cima do acontecimento. Por mim pagava a multa e arrumava-se o assunto. Mas estes ingleses são chatos, obrigaram-me a pagar uma formação de 4h sobre Speed (antes fosse ver o filme). A alternativa ao curso seria ir a tribunal e obviamente perder, a não ser que conseguisse provar que o radar estava avariado.
No Reino Unido o sistema de punição relativamente à condução funciona por pontos. Conduzir até 40milhas/h numa zona de 30m/h (como me aconteceu) vale 3 pontos. Os pontos desaparecem ao fim de algum tempo. Aos 12 pontos ficamos inibidos de conduzir. Não sei quanto vale atropelar o chefe, provavelmente uns 50 pontos! Só experimentando...
Como tenho carta em formato europeu (já em várias ocasiões deu para entender que o Reino Unido não é muito europeu) é difícil tirarem-me estes tais 3 pontos, por isso supostamente teria de passar para uma carta inglesa para que o processo pudesse avançar. O que vale é que fazendo o curso Speed ficamos livres de nos tirarem pontos (só podemos fazer uma formação destas de 3 em 3 anos, por isso agora nos próximos tempos, se não quiser ir a tribunal, tenho de pôr o TomTom a apitar bem alto antes dos radares).
Neste país o melhor é ter um carro português, eles quando vêm uma matrícula portuguesa na fotografia até ficam mal dispostos com todos os papéis que têm de preencher (acabam sempre por desistir do processo).
Quanto ao curso/formação, lá fui eu ontem para Swindon (segundo o meu senhorio é a terra das rotundas – ele tem de ir a Viseu para ver o que são rotundas). Tive de ir a acelerar e a passar o limite de velocidade porque apanhei um acidente pelo caminho e estava com medo de chegar muito atrasada.
O curso foi dado por 2 polícias e basicamente era constituído por ... lavagem cerebral, com os previsíveis assuntos:
- vídeo com criancinha a ser atropelada (actuar sobre o medo de viver com a culpa);
- o drama de justificar aos pais da criancinha o excesso de velocidade (medo de confrontar a culpa);
- os custos que envolvem um acidente e todo o pessoal que é mobilizado (culpa por ser um fardo para a sociedade);
Neste país o melhor é ter um carro português, eles quando vêm uma matrícula portuguesa na fotografia até ficam mal dispostos com todos os papéis que têm de preencher (acabam sempre por desistir do processo).
Quanto ao curso/formação, lá fui eu ontem para Swindon (segundo o meu senhorio é a terra das rotundas – ele tem de ir a Viseu para ver o que são rotundas). Tive de ir a acelerar e a passar o limite de velocidade porque apanhei um acidente pelo caminho e estava com medo de chegar muito atrasada.
O curso foi dado por 2 polícias e basicamente era constituído por ... lavagem cerebral, com os previsíveis assuntos:
- vídeo com criancinha a ser atropelada (actuar sobre o medo de viver com a culpa);
- o drama de justificar aos pais da criancinha o excesso de velocidade (medo de confrontar a culpa);
- os custos que envolvem um acidente e todo o pessoal que é mobilizado (culpa por ser um fardo para a sociedade);
- regras básicas sobre limites de velocidade (actuar sobre a ignorância).
Os outros participantes estavam muito entusiasmados, como se aquela formação fosse sobre como fazer bolos de chocolate maravilhosos. Acho que eu era a única com ar de frete. O mais interessante foi a comida - sandes de queijo e fiambre no intervalo (aqui no Reino Unido é um pitéu em comparação com o resto).
Os outros participantes estavam muito entusiasmados, como se aquela formação fosse sobre como fazer bolos de chocolate maravilhosos. Acho que eu era a única com ar de frete. O mais interessante foi a comida - sandes de queijo e fiambre no intervalo (aqui no Reino Unido é um pitéu em comparação com o resto).
No fim deram-me um crachá com o sinal de proibição de “30” e um caderninho sobre o programa que eles têm para quem queira melhorar a sua condução (oferecem um tutor à borla durante uns dias). Ainda por cima acabam a formação aconselhando que não devemos dizer a ninguém que fomos a um curso destes…
1 comentário:
Sim Senhor, bonito serviço, épor isso que os ^Portugueses têm má fama lá fora(ou então é por se estamparem a torto e a direito...)! Se te queres safar das multas só mesmo na ilha de Man... Beijinhos e "Drive Carefully"! :)
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