O British National Party (BNP) conseguiu 2 deputados nas eleições europeias. Principal ideia: eliminar os não-brancos.
Aqui ficam algumas opiniões de dois membros do partido (publicadas no TimesOnlineUK). Traduzi da maneira mais "soft" possível:
sobre a raça: sem a raça branca, nada importa. Outros partidos defendem a integração das outras raças na comunidade e uma tentativa fútil de criar "ingleses pretos", enquanto que nós dizemos que os não-brancos não têm lugar aqui. Só descansaremos quando expulsarmos o último deles da nossa terra.
sobre o holocausto: a lenda da "exterminação" é uma propaganda dos Aliados, muito útil na altura, mas que depois deu numa histeria.
Aqui ficam algumas opiniões de dois membros do partido (publicadas no TimesOnlineUK). Traduzi da maneira mais "soft" possível:
sobre a raça: sem a raça branca, nada importa. Outros partidos defendem a integração das outras raças na comunidade e uma tentativa fútil de criar "ingleses pretos", enquanto que nós dizemos que os não-brancos não têm lugar aqui. Só descansaremos quando expulsarmos o último deles da nossa terra.
sobre o holocausto: a lenda da "exterminação" é uma propaganda dos Aliados, muito útil na altura, mas que depois deu numa histeria.
sobre o poder: quando a crise vier, o poder será um produto da força e acabaram-se os debates racionais. Por esse motivo temos de ter um grupo de jovens bem treinados para defender a nossa organização.
sobre Winston Churchill: Churchill foi um f****** c******* que nos levou a uma guerra inútil.
sobre o Príncipe do País de Gales: é um f******** traidor que disse que precisamos de mais mesquitas no país. Todos os muçulmanos são terroristas anti-britânicos.
sobre se os negros que nascem no país são considerados ingleses: um cão que nasce num estábulo não é um cavalo. ´
sobre a família real: a família real traiu o seu povo. Quando estivermos no poder eles vão ao ar.
sobre a SIDA: uma doença amigável que apareceu por causa dos negros, drogados e gays.
sobre os Judeus: não há um único país europeu de onde os judeus não fossem expulsos. Não há fumo sem fogo.
sobre Hitler: Hitler vai viver para sempre. E se calhar eu também.
Dois deputados? Como é possível? Bem, espero não receber ameaças de morte por causa deste post. A quem esteja tentado, sou treinadora profissional de Staffordshire Terriers e transformo-me em lobo quando fico irritada (isto já são influências do Twilight).
NICK GRIFFIN, 47, married, four children. Cambridge law graduate. Attended his first National Front meeting aged 15. Became NF vice-chairman. Joined BNP in 1995Received nine-month suspended prison sentence at Harrow Crown Court in May 1998 for inciting racial hatred in his magazine, The Rune. Elected leader of BNP in 1999
MARK COLLETTAGED 26, single, educated at Loughborough Grammar School and Leeds University, graduate in business and economics, self-employed graphic designer. Former chairman of the Young BNP, now the party’s director of publicity.
4 comentários:
Deixa lá, passas bem por uma inglesa pura, de olhos azuis e cabelos louros. Se isso não for o ques eles querem, também não sei o que é!
Por isso se não falares ingles à mourinho, tás safa!
Preocupa-me muitíssimo esta subida - não só no RU, como noutros países - da popularidade dos partidos xenofabos. Envio-te um artigo da Teresa de Sousa (se calhar já leste), que fala sobre isso. O artigo tem tanto de bom, como de deprimente! Beijinhos
O Atlântico está cada vez mais largo
10/06/2009 Teresa de Sousa Sem Fronteiras
A Europa não aprendeu nada com a sua própria história. Foi este o significado das eleições
1. Não há muito de que nos regozijemos nos resultados das eleições europeias. O avanço forte e generalizado dos partidos dos extremos políticos, com o seu credo contra a globalização, contra os imigrantes, sobretudo se são islâmicos, contra a Europa, contra o vizinho do lado e contra a democracia liberal, são sem dúvida a manifestação mais preocupante.
Os britânicos estão em estado de choque, não porque o Labour tenha descido ao seu pior resultado de sempre numa consulta eleitoral, mas por descobrirem que a sua queda alimentou directamente o BNP, um partido ultranacionalista que conseguiu, aliás, enviar dois deputados para Estrasburgo. Não foi caso único.
O próximo Parlamento Europeu terá muito mais deputados de partidos nacionalistas e populistas do que jamais aconteceu. Mesmo que não consigam organizar-se num grupo parlamentar capaz de influenciar as decisões, a sua presença terá significado e consequências. Os conservadores britânicos estão dispostos a criar no Parlamento Europeu um grupo da direita democrática fora do PPE, constituído por formações eurocépticas. Nem que para isso tenham de associar-se a figuras e a partidos tão distantes deles como o do actual Presidente checo Vaclav Klaus (aliás, o último dos thatcheristas) que diz que as alterações climáticas são uma invenção e que a Europa é igual à União Soviética.
Na Holanda, a paisagem política que o voto deixa a des-
coberto já não chega a ser uma novidade. Mas é a de um país que já se sentiu na Europa e no mundo como um peixe na água e que hoje vive obcecado com a comunidade islâmica, com a Turquia e com a própria Europa. Os partidos europeus - a democracia-cristã, os liberais e os trabalhistas - tentam desesperadamente navegar nestas águas sem verdadeiramente as combater. É, aliás, o que acontece na Áustria, onde os partidos de centro-esquerda e de centro-direita se rendem à agenda política da extrema-direita. Ou na Itália, onde já não é preciso ouvir a Liga Norte de Bossi dizer que os transportes públicos deviam ter lugares reservados para "os milaneses". Berlusconi, o próprio, se encarrega de dizer que às vezes se sente "em África".
Se a Europa estava em crise, estas eleições demonstraram-no da pior maneira possível.
(continuação)
2. "As sondagens mostram insistentemente que a maioria dos europeus dão valor à União, que não gostariam de viver fora dela, que apreciam as suas vantagens e que gostariam de ver mais Europa no que respeita às grandes questões do presente e do futuro como as alterações climáticas, a segurança energética, ou a política externa e de segurança", escrevia o Suddeutsche Zeitung de Munique. Então por que é que esta maioria não se dispõe a votar? "Porque ninguém os convence de que é importante fazê-lo. Quase todos os partidos em todos os países da UE falharam na tarefa de encorajar os votantes a tomar parte no processo de decisão europeu".
Não precisamos de sair de Portugal para confirmar até que ponto isso é verdade. Os dois maiores partidos portugueses ajustaram as suas campanhas às suas estratégias de poder internas. A Europa entrou nos seus cálculos apenas como pretexto ou como acrescento, se por acaso servisse o objectivo central.
Da mesma maneira, não vimos na noite das eleições uma única voz responsável preocupar-se em tirar conclusões europeias das eleições europeias. Uma única. Adaptado às circunstâncias particulares de cada país, o comportamento dos responsáveis políticos por essa Europa fora não andou longe disso. Todos ou quase todos falaram das consequências eleitorais para os seus países. Com o que estas eleições podem significar para a Europa, o que elas revelam da Europa, ninguém se preocupou demasiado.
A Europa tem inimigos. Tem defensores muito pouco empenhados. Tem líderes fracos que não são capazes de mobilizar os eleitores para um horizonte de esperança. Vergastados pela crise económica, desorientados por um mundo incerto que lhes retira todas as referências, os europeus ou ficaram em casa ou foram votar nos partidos que sabem capitalizar melhor os seus medos. Nada disto é novo. É cada vez mais preocupante.
"O progresso conseguido pela extrema-direita não é nada que possa ser visto com equanimidade por alguém que já tenha lido um livro de História", escrevia o Times de Londres.
3. Estas eleições são, acima de tudo, um cartão amarelo aos líderes europeus. À sua incapacidade de mobilização, à sua falta de visão. Coincidiram com uma rápida passagem do Presidente americano por território europeu. Barack Obama foi aos lugares da memória europeia. Da tragédia e da liberdade. Buchenwald e a Normandia.
A Europa em que hoje vivemos, que continua a ser de paz, de prosperidade e de liberdade, nasceu ali. Deveu-se a uma geração de líderes europeus que souberam tirar as consequências políticas do nacionalismo extremo e lançar as bases da integração europeia. Deveu-se à visão dos líderes americanos e à sua determinação de combater todas as formas de totalitarismo. E de pagar por isso um preço.
Obama chegou à Europa vindo do Cairo, onde pronunciou um discurso que representa, talvez mais do que qualquer outro, a força extraordinária da sua visão do mundo. E o mundo começa a entendê-lo. Na Europa ou na Indonésia. No Cairo ou em Pretória. Nas ruas do Líbano ou nas de Cabul. Virou uma página. Está lá à frente.
Os líderes europeus, mesmo não perdendo uma oportunidade de ficar com ele na fotografia, ainda não perceberam o que ele significa. Secretamente (às vezes pouco secretamente) consideram-no um "no-
vato". Cinicamente, não acreditam que a sua nova política externa venha a dar frutos, mesmo que não tenham qualquer alternativa. Sobretudo não percebem que ele representa a sua maior oportunidade para colocar a Europa num caminho com futuro.
Confrontados com a maior crise económica desde a Grande Depressão e profundamente desiludidos com o rumo que o seu país seguia, os americanos tinham várias escolhas possíveis. Escolheram a mais improvável. Aquela que simbolizava um novo começo.
A Europa vai pelo caminho oposto. Não aprendeu nada com a sua própria história. Foi este o significado das eleições. Fazer do Atlântico um oceano cada vez mais largo. Jornalista
Concordo plenamente :S ...
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