sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Raiva



No outro dia li um post noutro blog sobre o vírus da Raiva que me deixou a pensar. Já me tinha esquecido de como a Raiva é uma doença tão terrível! No Reino Unido a vacina não é obrigatória porque o vírus não existe no país. Este ano as regras mudaram outra vez, antes para que um animal entrasse no Reino Unido teria de ter um teste de sangue negativo para anticorpos da raiva, agora basta o animal ter a vacina, que nem é de obrigatoriedade anual como em Portugal. Animais que não obedeçam a estes critérios vão para quarentena (e o dono tem de pagar a comida e o alojamento durante esse tempo). Ainda me lembro quando o Mourinho ficou furioso por ter de colocar o seu Yorkshire Terrier em quarentena por não ter os papéis em dia. Em Portugal as regras são mais apertadas, todos os animais têm de ter a vacina todos os anos e qualquer animal não vacinado que morda uma pessoa tem de ir para quarentena. Muitos caçadores tentam fugir à vacina porque dizem que os animais vacinados perdem as capacidades olfactivas e deixam de servir para caçar. Sinceramente não sei de onde isso vem.

A raiva é um vírus que causa sintomas neurológicos 100% fatais em todos os mamíferos (humanos, cães, gatos, raposas, morcegos, ovelhas, cavalos, vacas, coelhos, etc etc etc). A doença transmite-se pela saliva de um animal raivoso. Quando o animal "possesso" morde a vítima, o vírus infiltra-se nos tecidos e espalha-se pelas células nervosas (ao contrário da maioria dos vírus e bactérias que se espalham no corpo pelo sangue). Isto quer dizer que se a pessoa for mordida no pé o vírus demora muito mais tempo a chegar ao cérebro do que se for mordida no ombro. No ano passado houve uma pessoa nos Estados Unidos que morreu de Raiva porque foi mordida 8 anos antes no Brasil! Durante esses 8 anos o vírus viajou muito devagarinho, com muita calminha, desde o pé até ao cérebro. Uma estratégia inteligente do vírus porque assim o animal ou pessoa tem tempo para viajar  e espalhar a doença noutros locais!

Quando o vírus finalmente chega ao cérebro as coisas começam a correr mal. Não é uma morte simpática. A pessoa fica com períodos alternados de consciência e psicose, paranóia, insónia, dor, febre, convulsões, muita saliva, muitas lágrimas, alucinações e hidrofobia (medo da água). A hidrofobia acontece devido à dificuldade em engolir devido à paralisia da garganta. Ou seja, dá mm bom filme de terror.

A Raiva não é a única doença transmitida por animais que anda por aí, existem outras doenças assustadoras (Ébola, SARS, Gripe, Hantavírus, etc), mas o facto de a Raiva ser transmitida principalmente por cães é um conhecimento mesmo muito antigo. Há 4 milénios atrás já toda a gente sabia que não era lá muito bom ser-se mordido por um cão raivoso. E desde aí que se tenta tudo para a prevenir, mas não é fácil. Hoje me dia, mesmo com a vacina, ainda há 50000 pessoas a morrem anualmente! Antes de existir a vacina queimava-se a zona da dentada para tentar matar o vírus. Os doentes viravam-se para a religião e os padres arranjavam chaves abençoadas pelo Santo Hubert (o santo patrono da caça e dos doentes de Raiva), chaves essas que aquecidas no fogo serviam para cauterizar as feridas. Pensa-se que as lendas dos vampiros e dos lobisomens tenham origem na Raiva. Na mitologia o cão de três cabeças Cerberus (que guardava a entrada do submundo) supostamente espalhava Raiva. Numa fase acreditava-se que os cães tinham raiva devido à frustração sexual e chegaram-se a criar bordéus para os cães para tentar diminuir a doença. E claro que ao longo dos tempos muitas "matanças" de cães decorreram.

Tanto tempo sem tratamento, tantas lendas criadas, a única coisa que se sabia era que  "dentada = más notícias", até que finalmente Louis Pasteur descobriu uma vacina, que hoje em dia é tão rotineiramente utilizada a seguir a dentadas suspeitas. Pasteur era muito corajoso, já que precisou de trabalhar num laboratório cheio de animais infectados (o vírus não cresce numa placa de Petri). Depois de experiências com saliva de cães raivosos sem grande sucesso, lá se viraram para os coelhos e foi aí que conseguiram mais resultados. Começaram a cortar o cérebro de coelhinhos raivosos e implantar essas células no sistema nervoso de outros coelhos. Ao fazendo este passo repetidamente conseguiram criar uma estirpe super-virulenta do vírus, que foi em seguida inactivada por um processo muito complexo: secar a medula espinhal do coelhinho ao ar durante alguns dias. Esse material serviu para criar a vacina, que pode ser utilizada para prevenir ou para tratar a doença. Geralmente os cientistas testam estas coisas em si próprios, mas Pasteur teve a oportunidade de experimentar a nova vacina num rapaz que tinha acabado de ser mordido por um cão, numa experiência um bocado às escondidas que felizmente acabou em sucesso (se bem que muitos dizem que se calhar o rapaz não tinha raiva em primeiro lugar). De qualquer forma a vacina evoluiu até funcionar muito bem. Entre outros feitos, Pasteur descobriu a pasteurização e também começou a pedir aos médicos para lavarem muito bem as mãos antes das cirurgias.

Ainda bem que vivo numa região sem Raiva!

Dogs Trust



A Dogs Trust é a principal associação animal do Reino Unido com 18 centros de recolha espalhados pelo país. Este ano a Dogs Trust albergou 16000 cães. Esta semana a associação revelou os motivos mais bizarros que os donos apresentaram para "largarem" os cães nos centros:

- "O meu cão ladra às borboletas"
- "O cão é demasiado velho, já não me traz alegria"
- "Dói-me as costas quando apanho o cocó do cão"
- "O cão não combina com o sofá"
- "Preciso de um cão mais pequeno"
- "O cão está sempre com gases"
- "O cão não cabe na minha malinha de mão e não quer vestir a roupinha que eu lhe comprei"
- "O cão não gosta de mim" (passado 24h de o ter)
- "O meu cão já não é fofinho"
- "O meu cão não sabe nenhum truque"
- "O cão ressona demasiado"
- "O cão assusta o meu peixinho de aquário"
- "O cão cheira a cão"

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Festa de Natal do Trabalho


Ontem foi a festa de Natal aqui da clínica. Já várias pessoas me perguntaram o que é por isso vou deixar aqui o relato. O chefe todos os anos paga um jantar ao pessoal no melhor hotel do sítio. É um costume que todos os locais de trabalho fazem, só para terem uma ideia este jantar está marcado desde Julho! Alguns locais de trabalho fazem outras coisas mais interessantes com passar um fim-de-semana fora, tudo para incentivar o "team-bonding" (estimular o bom ambiente entre as pessoas do local de trabalho). Há empresas que de dedicam à organização destes eventos!

Mas voltando ao jantar de Natal da clínica, vai toda a gente com o seu melhor vestido como se fosse um casamento, este ano o preto e o vermelho estão na moda. Saltos altos é indispensável. É estranho ver as pessoas que trabalham comigo tão bem vestidas, já que no dia-a-dia estamos sempre de uniforme. E claro, não é permitido vestir a mesma coisa que no ano passado. 

A primeira coisa que fazemos quando nos sentamos à mesa é abrir as tradicionais "crackers", ou seja toda a gente acaba com uma coroa de papel na cabeça para contrastar com a roupa de cerimónia. O meu chefe faz ainda uma ou duas patetices como colocar enfeites de Natal nas orelhas e outras coisas do género.

A comida já se sabe que nunca é grande coisa. Temos direito a escolher uma entrada que acabou por ser bolinhas de melão em creme-fraiche servidas num copo de vinho. Para prato principal temos de nos levantar e ir para a fila "de cantina" servir-nos do "carvery", que consiste na comida tradicional inglesa de almoço de domingo; carne assada (com escolha do tipo de carne), yorkshire pudding, batatas assadas e vegetais como cenoura, ervilhas, "parsnip" (um cruzamento de cenoura e nabo), couves de bruxelas e bróculos. Tudo regado com o famoso "gravy", o molho castanho que os ingleses tanto adoram. Para sobremesa tivemos direito a um entediante cheesecake. 

No final do jantar há troca de prendas (prendas no valor de 5 libras e aleatoriamente distribuídas entre todos os presentes). A mim calharam-me umas meias de dormir fofinhas. Este ano estranhamente ninguém recebeu um boneco insuflável ou umas cuecas.

O sítio estava a abarrotar de jantares de natal e até conseguimos avistar o pessoal da concorrência que nos olhava de alto a baixo. No final do jantar toda a gente se dirigiu à pista de dança, novos e velhos, calçados e descalços (não é fácil andar com saltos altos) para fazer a digestão! E claro, toda a gente fica um bocado com os copos!

Para o ano há mais!

Pinky, a gata má



Pinky pertencia a uma cliente aqui da clínica, era uma daquelas gatas com muito mau feitio e que não se deixava tocar (ou corria o risco de ficar sem dedos). Até para a dona ela era assim. No mês passado Pinky adoeceu com insuficiência renal e teve de ser eutanasiada. A dona da Pinky é professora de piano e adora gatos. É uma daquelas senhoras que fica a falar horas e horas sobre a Pinky, a contar todas as peripécias e como toda a gente acha que a Pinky é uma gata horrível apesar de ser a gata preferida de sempre da senhora. Também todos os dias me mostrava os adereços que usava em honra da Pinky, um colar com um gato, um porta-chaves em forma de gato, a carteira em forma de gato, os brincos em forma de gato, e sei lá mais o quê. Quando a Pinky morreu a dona trouxe-nos um poema muito giro, achei piada ao gesto por isso resolvi partilhá-lo aqui:

My tribute to Pinky the cat

You sat on my lap and licked my hand,
You tried to get me to understand,
That yet again, you needed more food,
Whether you´d been bad or good.

You stood in my shoes,
You looked oh so cute,
You looked like a beauty queen,
You were really astute.

You´d sit to hear the piano play,
You seemed to enjoy it,
You didn´t turn away.

Sleeping on my neck,
With your purr on my cheek
There was no cat like you
You were oh! so unique.

Such a crazy,
Different, feisty thing.
There was no one like you
You made my heart sing.

And as you grew weak,
I kissed you goodbye,
And you joined the other creatures,
Up there in the sky.

So, have the life that you deserve,
Up there in pussy heaven,
For there will never be a better cat friend,
Not in seven million and seven.

Good night, God bless Pinky.

My irreplaceable girl, my best friend.
My everything. I loved you so much.
There will never be another Pinky.

Pinky Sept. 1998 - Nov 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Christmas Markets - Os Mercados de Natal


Ehhh! Chegou a altura dos Christmas Markets!! Como é bom passear pelas praças iluminadas cheias de barraquinhas de artesanato! Cheirinho a chocolate quente, (cachorro-quente de salsichas alemãs) e mulled wine (vinho quente temperado com especiarias). Os mercados mais interessantes perto daqui são os de Bath e Caerphilly. Can´t wait!

domingo, 25 de novembro de 2012

Já não tenho sono!! O efeito da lâmpada para a SAD começa-se a notar!


Faz mais ou menos um mês que comecei a usar a lâmpada de prevenção da "Winter Blues" ou "SAD - Seasonal Affective Disorder", aquele problema que acontece sempre às pessoas habituadas ao solinho que se aventuram a viver em países sem luz e que ainda por cima trabalham dentro de edifícios. O efeito da pouca luz solar no nosso cérebro leva a cansaço, depressão, muito sono e ingestão de alimentos calóricos (mais ou menos à semelhança de um urso em hibernação). Comprei a lâmpada acima na Amazon ao mesmo tempo que a Susie, uma colega minha da clínica, que queria andar mais bem disposta. Eu pessoalmente nunca acreditei que ela precisasse da lâmpada visto que como nasceu cá supostamente deveria estar habituada a esta falta de luz crónica. Uma lâmpada das boas é cara (para cima de 100 libras) e como esteticamente não é muito interessante a Susie mudou de ideias e achou que não a iria usar. Telefonou para a Amazon para a devolver. "Bom dia, queria devolver um produto, é a lâmpada blablablá". A resposta foi "infelizmente devido à natureza do produto não aceitamos devoluções, mas iremos dar-lhe o dinheiro de volta se de facto não está satisfeita." Não era que a Susie não estivesse satisfeita, demora algum tempo até haver resultados com a lâmpada, mas ela nem se quis dar ao trabalho, estava simplesmente arrependida da compra impulsiva. "Então está-me a dizer que eu não posso devolver a lâmpada mas que me vai dar o dinheiro de volta? Então o que quer que faça com a lâmpada?" "Exactamente, devolvemos o dinheiro e se puder dar a lâmpada a uma loja da caridade ou então pode oferecer a alguém que precise." "Muito bem, obrigada!" Acabámos por ficar as duas com a lâmpada mas eu fiquei a arder sem as 100 libras enquanto que a Susie ficou com a lâmpada de borla (mais cedo ou mais tarde vai tentar vendê-la no eBay). Que sorte!
Mas continuando a história, comecei a usar a lâmpada no mês passado na mesa da cozinha, ligo-a enquanto tomo o pequeno-almoço. Ou seja estou exposta à luz 5 minutos por dia apesar de nas instruções dizer que menos de trinta minutos não vale a pena. A luz é muito desagradável, é forte e artificial para além de ser barulhenta, por isso não estive para me chatear e achei que 5 minutos seria o suficiente para experimentar. Passado um mês de usar a lâmpada comecei a ver resultados. Só para explicar, eu sou muito dorminhoca, adoro dormir. Deito-me na cama e adormeço em cinco minutos. Se me deitar às 9 da noite adormeço na mesma. De manhã é sempre muito difícil acordar. Durante o dia ando sempre cheia de sono. Ora passado um mês de usar a lâmpada ganhei pelo menos 10 horas por semana de vida activa! Não preciso de tantas horas de sono, deito-me muito mais tarde e acordo muito mais facilmente. Não acho que faça grande diferença no cansaço ou na disposição em geral (provavelmente no meu caso não estão a ser influenciados pela luz) mas que grande diferença no sono! Ganhei horas de vida e agora não preciso de tanta cafeína. Como é possível fazer tanta diferença? Apenas com cinco minutos? Interessante como o nosso cérebro é tão sensível...

Os clientes da clínica


A maneira como se trabalha vai variando. Em certos dias confesso que estou muito focada no trabalho e apenas vejo o animal sem olhar para o dono. Se vir o dono no dia seguinte não o reconheço, por outro lado, se vir o animal passado um ano lembro-me perfeitamente de tudo, porque é que veio à consulta, se tentou morder-me, se o ajudei a ficar melhor ou nem por isso. Mas nem sempre é assim. De vez em quando reparo nos donos e preocupo-me, choro com eles, fico ansiosa se não os vejo durante uns meses. E há semanas assim, em que estes clientes especiais aparecem todos ao mesmo tempo. A semana passada foi uma delas. 

Mrs Williams é uma senhora simpática com uma Jack Russel Terrier muito velhinha chamada Megan. A cadela está a urinar dentro de casa e Mrs Williams está convencida que a Megan tem uma infecção urinária. Até aqui tudo bem, nada de extraordinário. Parece um caso fácil de resolver. No meio da conversa animada, Mrs Williams pergunta-me o que acho dos olhos da cadela. "Ora a cadela está ceguinha, tem cataratas" digo eu muito calmamente. De repente tudo muda. Os olhos da Mrs Williams começam a tremer com lágrimas e eu sei que meti a pata na poça. Olho de soslaio para o computador para a ficha da Megan e confirmo que a cadela tem cataratas há anos. Também reparo que Mrs Williams veio várias vezes com queixas sobre a cadela urinar dentro de casa. Aparentemente foram feitas análises e nunca foi encontrado nada de errado. Começo a confortar a Mrs Williams com as frases simpáticas do costume "ela está sempre na mesma casa por isso não precisa da visão", "a falta de visão é compensada pelo olfacto e pela audição", "ela não precisa de ler o jornal, ver televisão ou conduzir um automóvel, só precisa de festinhas" e por aí adiante continuo com as citações enquanto a outra metade do meu cérebro vai processando a situação. Finalmente faço dois mais dois. O marido de Mrs Williams não veio hoje por isso provavelmente está outra vez internado no hospital deixando Mrs Williams sozinha em casa (a recepcionista perguntou por ele à chegada). Mrs Williams tem demência e esquece-se que a cadela tem cataratas, esquece-se de a levar à rua e é por isso ela urina em casa. Nenhum dos veterinários anteriores que viu a Megan para o mesmo problema foi capaz de escrever isto no computador (se eu soubesse teria mais cuidado), escolhendo antes frases enigmáticas e evitando usar antibióticos (esta coisa à inglesa de se ser politicamente correcto). Com a Mrs Williams a chorar desalmadamente pela cadela e a pedir antibióticos para a infecção acabei por não ser capaz de lhe dizer que não e injectei a cadela com um antibiótico de duração de 24h, pedindo ao mesmo tempo uma amostra de urina (ainda hoje continuo à espera). Mrs Williams começa a acalmar-se e para o final da consulta já está bem disposta e até diz umas frases em polaco depois de eu lhe dizer que sou portuguesa. À saída conversa mais um bocadinho com a recepcionista que já a conhece há muitos anos e que de facto tem vindo a observar a queda das capacidades mentais da senhora. Depois de uma consulta delas sinto-me mesmo mal de ter de cobrar dinheiro, mas infelizmente a clínica não é minha... 



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Comprei massa Mafalda Corta!

Engraçado o nome da massa que encontrei no supermercado - "Mafalda Corta"!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Contra as medidas de austeridade - protestos em Lisboa


Foto tirada do jornal Guardian

Contra as medidas de austeridade - protestos em Londres


Foto tirada do jornal Guardian

Publicar estas duas fotografias na mesma secção do Guardian faz parecer que perante as mesmas circunstâncias os portugueses são um bocado bárbaros!

sábado, 13 de outubro de 2012

Um emprego estranho


Mr Fox tem 22 anos e tirou o curso de música/inglês no País de Gales. Não arranjou emprego na sua área por isso aceitou a oferta de trabalhar como espantalho numa quinta em que todos os outros métodos para afastar os pássaros falharam. Mr Fox ganha £250 por semana e passa o dia a tocar cavaquinho e a ler, levantando-se de vez em quando na iminência de um ataque de passarocos. Mr Fox não quer ser um espantalho para sempre querendo ir para a Nova Zelândia no futuro, mas entretanto vai-se entretendo com uma profissão muito peculiar e muito bem paga!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

As focas de Rhossili


Na semana passada fui a Rhossili, o meu sítio preferido do País de Gales, que fica aqui pertinho de casa. É a praia que apareceu a representar o País de Gales no filme da abertura dos Jogos Olímpicos. Quando está maré vazia é possível atravessar uma parte rochosa da praia até à "cabeça do verme", uma formação rochosa isolada onde se podem avistar focas cinzentas. Só tenho uma coisa a dizer: são gordas e têm uma boa vida! A minha câmara fotográfica não é suficientemente boa, mas fica aqui uma foto tirada em Rhossili se calhar da mesma foca.





Foto tirada de:
Blog My Life Outside

R.I.P. Mia


Sou veterinária mas nunca tive muitos animais. Quando era pequenina estava sempre a pedir um cão ou um gato, e depois de muita insistência consegui convencer os meus pais a ter um animal de estimação - mas calhou-me um hamster! Chamava-se Patas e sofria um bocadinho nas minhas mãos. Fazia-lhe labirintos de legos com bocadinhos de queijo que ele ignorava por estar nervoso, mas nunca me mordeu. A minha mãe dava-lhe banho com fairy porque no seu entender não havia grande diferença entre ratos e hamsters. Depois de dois anos o Patas morreu e eu pedi uma substituição (durante algum tempo fiquei com problemas de consciência ao pensar que se calhar ele hibernou e a gente o atirou para o caixote de lixo). Então veio o segundo hamster que não durou muito tempo e o terceiro hamster que só sobreviveu 15 dias. Entretanto Consegui convencer os meus pais a ter um gato, e daí apareceu a Mia, a minha primeira gata, que durou 17 anos (e agora no Reino Unido tenho o meu segundo gato). 17 anos é muito tempo e muitas coisas mudaram nas nossas vidas, enquanto que a Mia sempre foi a Mia com os seus hábitos e mau feitio. Sempre que eu voltava a casa sabia que a iria encontrar em cima do aquecedor, no sofá azul, no parapeito ou em cima da cama dos meus pais. Fazia sempre as mesmas brincadeiras e só gostava dos seus donos, ignorando todas as outras pessoas que iam lá a casa. Era bastante inteligente e ágil para uma gata de apartamento. Foi por causa da Mia que eu descobri que os gatos são muito interessantes e que queria trabalhar com eles. Em 17 anos foi perdendo as 9 vidas (ou serão 7?) e esta semana teve de ser eutanasiada, deixando um grande vazio nas nossas vidas. Adeus Mia!

Ella - a cadela da clínica

Esta é a Ella, uma Jack Russel Terrier só com três patas. Pertence a uma das recepcionistas e vai com ela para todo o lado. Antigamente era uma cadela dos ciganos que um dia fugiu e foi atropelada, tendo de ser amputada. Ella corre mais depressa que muitos cães e consegue nadar a alta velocidade. A cadela passa bastante tempo na recepção da clínica a dizer "olá" a toda a gente que entra, dando motivo de conversa. Provavelmente um dos melhores elementos de marketing da clínica!

domingo, 7 de outubro de 2012

Os cavalos de papel de Lincoln


Estes cavalos feitos de papel (suportados por madeira e alumínio) são da autoria de Richard Sweeney e encontram-se de momento na catedral de Lincoln, a primeira catedral que visitei no Reino Unido quando estava a estagiar num matadouro de aves.  Toda a experiência em Lincoln estava a ser tão irreal que na altura a grandeza da catedral pareceu-me claramente injusta. Já se passaram alguns anos e hoje não tenho nada contra ou a favor de Lincoln, mas quando a cidade é referida em algum jornal relembro-me sempre do quão é importante não desistir de uma experiência até que termine a fase de adaptação.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A escultura do Pónei das Minas


Cá está a vista aérea do Sultão, o pónei que homenageia todos os póneis que durante a revolução industrial trabalharam nas minas de carvão do País de Gales sem nunca verem a luz natural. A escultura tem 200 metros e está em Caerphilly no País de Gales.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Este fim-de-semana o Festival do Elvis está de volta a País de Gales


Inspirado na versão americana (Coney Island, New York), decorre na vila costeira de Porthcawl, perto de Cardiff.

domingo, 23 de setembro de 2012

O Festival dos Vegetais Gigantes


Olha que pena. Este fim de semana falhei o festival dos vegetais gigantes em Rhondda Heritage Park (perto de Cardiff)! Na imagem vê-se uma Marrow Squash, um vegetal que não existe em Portugal (é uma espécie de courgette).

História de uma princesa que foi a sogra da Rainha


Esta é a Princesa Alice de Battenberg, aquele membro da família real que ninguém fala devido ao seu percurso algo atípico. A Alice é a mãe do Prince Philip, o marido da Rainha que aparece sempre com um ar de poucos amigos. A Alice morreu em 1969 mas os ingleses têm falado nela ultimamente devido a um programa biográfico que passou na televisão. E têm razão, a Alice teve uma história de vida interessante. A Alice nasceu surda e a mãe dela desde cedo obrigou-a a habituar-se a ler lábios. A mãe dizia a toda gente "Se a menina Alice pedir para repetir, não repita, senão ela nunca mais aprende". Com tanta exigência a princesa acabou por ter uma fala normal e aprender várias línguas - para além do inglês falava francês, alemão e grego. Nada mau para uma surda de nascença. Alice casou-se com o Prince Andrew (da Dinamarca e da Grécia) mas o casamento não correu muito bem. O marido de Alice tinha sempre muitas amantes e não lhe ligava nenhuma, culpando-a por não conseguir ter um filho varão. Alice teve primeiro uma filha, e depois outra filha, e depois outra filha, e depois ainda outra filha, e finalmente conseguiu ter o Prince Philip. Contudo a infelicidade do casamento levou com que a princesa se tornasse "obcecada" pelos assuntos religiosos. Começou a ser considerada histérica pelos restantes membros da família real. O facto de andar a dizer que tinha sexo com Jesus Cristo não ajudava, não fica bem para uma princesa. Acabou por ser internada à força no melhor hospital psiquiátrico da Europa, onde foi paciente do famoso Freud, que achou que os problemas de Alice eram de origem hormonal. O tratamento para tal foi simples, radiação intensa na zona dos ovários, muita sorte teve a princesa de não ter morrido de cancro. Depois deste tratamento a Princesa foi trancada num hospício na Suíça durante três anos e foi impedida de ver os filhos (o mais novo tinha 11 anos na altura). Finalmente quando Alice "aprendeu a conter-se" foi viver para a Grécia, onde fundou uma associação de caridade e ajudava os feridos da Guerra. Entretanto as filhas da princesa cresceram e todas elas casaram-se com príncipes da Alemanha (simpatizantes Nazis) enquanto que o Prince Philip quando cresceu optou pela carreira militar e acabou por ter de combater a família e os amigos dos cunhados. Entretanto o Prince Philip dá o maior "golpe no baú" de sempre ao casar-se com a futura rainha. Alice continua a dedicar a sua vida a ajudar os outros até que chegou a um ponto em que a família real não era mais bem-vinda na Grécia. Alice acabou por voltar a Windsor, onde passou os últimos anos da sua vida a passear-se pelos corredores do palácio vestida de freira e a fumar.

Turismo de Fantasmas




Esta semana resolvi ir visitar Margam em Port Talbot, que é uma cidade industrial a que os locais chamam de "Port Toilet". Mas Margam fica um bocado à parte das fábricas poluentes, trata-se de uma área com parque para passear que inclui as ruínas de um mosteiro e um castelo de estilo gótico/tudor, local habitual de casamentos e filmagens como "Doctor Who", "Merlin" e de momento a série "Da Vinci's Demons". Resolvi conhecer as duas facetas de Margam, a diurna e a nocturna! Nocturna porque Margam é supostamente um dos locais mais assombrados do País de Gales, principalmente devido ao facto da reforma do Henry VIII acabar com muitos mosteiros do Reino Unido, deixando o "solo sagrado" entregue aos privados que utilizaram as pedras da Abadia para construir habitações. Claro que tudo serve para negócio e lá fomos nós na visita guiada "assombrada" numa noite fria de Setembro (sim, aqui já está muito frio), com muitos casacos em cima, luvas, gorro e uma lanterninha que tínhamos de apagar de cada vez que Jim (o guia) contava uma história. O grupo tinha mais ou menos trinta pessoas muito bem comportadas, nada de assustar o próximo e fazer barulhos parvos. Jim ia descrevendo a história do local, de como os filhos da família que comprou o terreno de Margam morreram com a maldição e como o castelo de Margam era o mais grandioso do País de Gales, com as suas histórias de festas, visitas reais e personagens interessantes que ajudavam a comunidade local que vivia das minas de carvão ou do ferro. Jim ia relatando também os fantasmas que já tinham sido avistados na zona, quer da família, quer dos monges, quer do cão assombrado de olhos vermelhos. Infelizmente não vi nenhum fantasma em Margam, mas as duas adolescentes que estavam comigo viram uma sombra branca na porta do castelo, ficando um bocadinho assustadas. E eu fiquei com um bocadinho de inveja delas.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

E diz assim o poeta do País de Gales...



My education was the liberty I had to read indiscriminately and all the time, with my eyes hanging out.
 
Dylan Thomas

domingo, 19 de agosto de 2012

Os Jogos Olímpicos Alternativos do País de Gales


Estão a decorrer esta semana os World Alternative Games, uma versão "tolinha" dos Jogos Olímpicos. Este evento tão bizarro decorre em Llanwrtyd Wells, uma terrinha no meio das montanhas no País de Gales. Não se paga para entrar e toda a gente pode participar!

São estas algumas das modalidades presentes no World Alternative Games:

-  Pea Shoting - concurso de tiro com ervilhas ao alvo
- Worm Charming - competição de quem apanha mais minhocas num curto espaço de tempo
- Russian Egg Roulete - Uma versão da roleta russa, mas com ovos. Quem tiver o azar de apanhar com o ovo não cozido na cabeça perde o jogo
- The Mad Shopper - corrida com um carrinho de supermercado
- Backward Running - corrida de costas
- Stiletto Racing - corrida em saltos altos
- Barrel Rowling - corrida com um barril de cerveja a rolar
- World Bathtubing Races - canoagem numa banheira velha
- Rock Paper Scissors - o famoso jogo da pedra, papel e tesoura
- Montain Boarding - competição em skate de quatro rodas
- Woolsack carrying - corrida com um saco muito pesado
- Wife Carrying - corrida a carregar a esposa às costas
- Hay Bale Throwing - quem atira o fardo de palha mais longe

Os galeses gostam de diversão!

sábado, 18 de agosto de 2012

O Gigante de Brecon


Hoje falaram-me do gigante de Brecon Beacons (as montanhas cá do sítio). Cá está ele, com um pouco de imaginação consegue-se ver o gigante deitado na paisagem, a dormir de barriga para cima! Sorte a dele!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Dic Penderyn - Uma história do País de Gales

Vou contar a história de Dic Penderyn, um mineiro do País de Gales que se tornou num herói. A história é muito conhecida e é tirada de um livro para crianças chamado "Famous Welsh Tales". Interessante o público alvo desta história com final tão trágico.

Dic Penderyn parece um nome complicado mas é apenas uma alcunha. "Dic" é o diminutivo de "Richard" (em Inglaterra seria "Dick") e Penderyn é a terra onde viveu. "Dic" também é uma "palavra feia" por isso tornou-se um nome menos popular.

Dic nasceu em 1808 e era filho de Lewis e Mary. Não ia muitas vezes à escola mas aprendeu a ler e a escrever inglês e galês. Quando Dic fez 11 anos a mãe chamou-o à parte para uma conversa. "Dic, tenho uma coisa importante para te dizer." Dic ficou naturalmente preocupado. A mãe estava com um ar muito sério. "Temos de mudar de casa, vamos viver para Merthyr Tydfil. O teu pai arranjou trabalho numa mina de carvão e conseguiu que fosses também trabalhar com ele".

Não sei se é grande ideia. "Merthyr Tydfil" tem este nome porque "Merthyr" significa "Mártir" e "Tydfil" é o nome de uma princesa que foi chacinada na zona. Mau presságio.

A família mudou-se para Merthyr Tydfil mas não foi a única. Centenas de outras famílias também se mudaram. Merthyr estava a crescer exponencialmente devido à produção de carvão e ferro. A população cresceu tanto que Merthyr tornou-se a cidade mais importante e populosa do País de Gales. Toda a gente se queixava porque não havia água quente e os esgotos não funcionavam, fazendo com que as ruas cheirassem muito mal. Os homens e as crianças trabalhavam nas minas de manhã à noite. A vida era muito dura.



Dic entretanto cresceu. Era um homem alto, forte e fazia amigos facilmente. O seu melhor amigo chamava-se Lewis Lewis, que carregava carvão dum lado para o outro da mina. Um dia Lewis Lewis disse "Já soubeste da última? Os trabalhadores das outras minas vão entrar em greve. Parece que estão fartos de serem maltratados."

Os trabalhadores começaram a pensar um bocadinho. O trabalho na mina era muito duro e perigoso. Alguns não eram pagos há seis semanas. Outros não tinham água quente para tomar banho por isso não tomavam. Sabiam-se de casos de trabalhadores que eram despedidos de um dia para o outro. O ordenado não era suficiente para as despesas e muitas vezes as pessoas não eram pagas em dinheiro, mas em créditos para serem gastos em lojas que pertenciam a pessoas que inflacionavam o valor dos seus produtos. Toda a gente começou a ver como tudo à volta era mau.

Actualmente Merthyr continua sem grande fama. Frequentemente é considerado o pior lugar para se viver no Reino Unido. Curiosamente tem uma grande comunidade portuguesa e a rua principal tem um café português.

Dic e Lewis Lewis começaram a liderar um movimento de revolta dos trabalhadores na mina. Decidiram mostrar aos seus patrões que não queriam continuar a trabalhar tanto e a ganhar tão pouco. Os patrões estavam cada vez mais ricos e os trabalhadores mais pobres. Dic e Lewis Lewis começaram a espalhar a palavra de como era possível mudar as leis em benifício dos trabalhadores. Pequenos grupos de pessoas paravam para os ouvir nos seus longos discursos.

Em 1829 o pior aconteceu, a procura de carvão e ferro diminuiu e muitos trabalhadores tiveram de ser despedidos. Os patrões ficaram ricos mas os trabalhadores furiosos, organizando-se em encontros para discutir o que fazer. Sem solução à vista, os trabalhadores enfurecidos sairam à rua e lançaram fogo a tudo, partiram vidros das casas, destruíndo o que estava à vista. Na altura não havia polícia nem ninguém para pôr fim aos motins. Os distúrbios continuaram e finalmente os militares-soldados foram chamados ao local. Infelizmente a situação ainda ficou pior. Algumas pessoas morreram nestes confrontos e os trabalhadores não desistiam, erguendo a famosa bandeira vermelha, tingida de sangue de borrego como sinal de protesto.

Quando finalmente tudo acalmou muitos trabalhadores foram presos, incluíndo Dic e Lewis Lewis. Dic estava muito triste porque a sua mulher estava quase a ter um bebé. As coisas não estavam a correr bem. Dic foi falsamente acusado de esfaquear um dos soldados. Duas testemunhas afirmaram em tribunal que era verdade, apesar do soldado sobrevivente não reconhecer Dic.

As notícias correram depressa. A população de Merthyr não queria acreditar que Dic ia ser enforcado por um crime que não cometera. Todos queriam evitar que tal acontecesse. Uma petição assinada por 11000 pessoas não resultou. Até o chefe rico de Dic tentou alterar o destino da situação mas sem sucesso. Uma testemunha veio a tribunar dizer que o homem que esfaqueou o soldado teria um casaco de cor diferente da que Dic estaria a usar. Todos tentaram salvar Dic, mas o tribunal queria um bode expiatório para os motins, e Dic foi o escolhido. E o que aconteceu a Lewis Lewis? Foi enviado para um campo de trabalho na Austrália.

O dia 13 de Agosto de 1831 foi um dia muito triste para o País de Gales. Dic, com 23 anos de idade, foi enforcado em Cardiff. Antes de morrer disse "O Arglwydd, dyma gamwedd" que significa "Deus, que injustiça!". O corpo foi enviado para a terra natal de Dic. Há quem diga que uma pomba branca pousou no caixão. A placa em homenagem a Dic encontra-se no local onde foi enforcado e na biblioteca de Merthyr.

Em 1874 um homem às portas da morte confessou o crime para o qual Dic foi condenado.

Como podem ver um final muito pouco simpático. As outras histórias do livro são igualmente trágicas. Qualquer dia traduzo outra.

domingo, 5 de agosto de 2012

Jogos Olímpicos - Joanna Rowsell - Ciclismo de Pista


Joanna Rowsell fez parte da equipa feminina que ganhou uma medalha de ouro esta semana no ciclismo de pista. Joanna sofre de alopécia, uma condição incurável. Quando tinha 10 anos de idade começaram-lhe a cair as sobrancelhas. Depois cairam as pestanas e o cabelo. Devido à sua insegurança relativamente ao aspecto físico, Joanna virou as suas energias concentrando-se nos estudos e no desporto. Joanna admite que se não fosse pela alopécia nunca teria chegado onde chegou no ciclismo. Depois de ficar conhecida como uma super-atleta, Joanna tornou-se uma "poster girl" para os sofredores de alopécia (600 000 no Reino Unido).

Jogos Olímpicos - Tom Daley, o saltador da plataforma de 10 metros


Os ingleses adoram Tom Daley. E porquê? Porque participou há 4 anos nos Jogos Olímpicos com apenas 14 anos. E este ano lá está a participar outra vez. Mas a vida não lhe tem corrido bem. Depois dos Jogos Olímpicos na China começou a ser atormentado na escola, vítima de Bullying. Teve de sair da escola. No ano passado morreu-lhe o pai vítima de cancro. Na semana passada não conseguiu a medalha de ouro e sentiu-se intimidado quando na conta online do twitter começaram a aparecer ameaças de morte e comentários de como o falhanço de Tom era uma vergonha para seu o falecido pai. A pessoa que escreveu anonimamente estes comentários foi identificada e condenada a algum tempo de prisão.

Jogos Olímpicos - Rebecca Adlington


Rebecca Adlington - a melhor atleta de natação da equipa inglesa foi acusada por um comediante conhecido de ter uma vantagem injusta em relação aos outros nadadores - a vantagem é ter focinho de golfinho. Os fãs de Rebecca ficaram furiosos.

Jogos Olímpicos 2012 - Andy Murray ganha medalha de ouro


Depois da derrota de Wimbledon Andy Murray vinga-se e consquista a medalha de ouro. Esta semana fiquei a saber que o atleta é um sobrevivente do massacre da escola de Dunblane, em que um homem armado com quatro armas matou 16 crianças e uma professora e no final cometeu suicídio. As crianças tinham por volta de 5 anos de idade. Andy Murray lembra-se de se esconder debaixo da mesa mas diz que na altura como era muito pequenino não entendeu a gravidade da situação.  

domingo, 29 de julho de 2012

Os Jogos Olímpicos

Começaram os Jogos Olímpicos! É triste não ter conseguido bilhetes ainda por cima quando há tantas cadeiras vazias nos estádios! Mas não faz mal, vejo pela televisão que tem sempre dois canais com coisas a acontecer. As pessoas em geral não estão muito entusiasmadas ou então não o querem mostrar, talvez por acharem que os jogos são maus para a economia de um país em crise. Comparando com os outros países os ingleses ainda não conseguiram muitas medalhas mas ainda é cedo...

Afinal o maior inimigo do Voldemort é a Mary Poppins (de acordo com a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos)

Gostei muito de ver o Mr Bean na abertura dos Jogos Olímpicos!


Já a parte do NHS ("sistema nacional de saúde") era dispensável...

Já entendi porque a rainha estava com má cara na abertura dos Jogos Olímpicos!

terça-feira, 24 de julho de 2012

O autocarro desportista


Este autocarro de David Cerny que faz flexões vai ser instalado em Londres para os Jogos Olímpicos. O autocarro não é apenas uma estátua, ele tem um motor e faz de facto flexões! Clicar aqui para ver o vídeo!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tidal Bore Wave - A onda gigante do rio Severn



O fenómeno da onda gigante do rio Severn é bastante intrigante. O rio Severn é o rio que eu atravesso de carro cada vez que entro no País de Gales vinda de Bristol, através da ponte que tem umas das únicas portagens do Reino Unido (cinco libras e tal) e que até há bem pouco tempo não aceitava pagamentos por cartão multibanco levando a situações desagradáveis para muita gente.
A diferença de "marés" do rio Severn é a segunda maior do mundo (15 metros) dando origem a uma onda que sobe o rio e que acontece apenas durante uns dias por mês. A formação da onda é previsível e os horários para 2012 estão no site da "onda", o que faz com que hajam muitos espectadores nas praias e muitos surfistas à espera do momento. A onda tem a velocidade de 12-20 km/h  e pode chegar à altura de 2 metros. Mas o que de facto desperta interesse nos surfistas é poderem acompanhar a onda por uma distância que em algumas alturas do ano pode chegar aos 16km!!

sábado, 7 de julho de 2012

Wimbledon 2012


Amanhã é a final de Wimbledon! Os ingleses não ganham uma final de singles em desde 1936 por isso este ano estão esperançosos que Andy Murray ganhe a final contra Roger Federer!

16 100 000 libras: dinheiro para os vencedores (no total)
1 150 000 libras: o quanto Andy Murray ganha se vencer a final
13 000 libras: preço de ontem dos bilhetes para assistir à final
10 libras: o quando Fred Perry recebeu por ter vencido a final de Wimbledon em 1936


sábado, 30 de junho de 2012

Doodle Mum - o novo "hit"



Este blog tem estado nas notícias, foi criado por uma mãe que gosta de ilustrar a actividade familiar. Tem desenhos muito giros!!

O futebol a causar discussões conjugais


É normal ver lençóis pendurados na rua com mensagens de aniversário. Mas com o Europeu de Futebol temos algumas variantes.
"Chris, espero que os quartos-de-final estejam a valer a pena já que não estás aqui para o nosso aniversário! Não te apresses a voltar!"

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Chove em Wimbledon!!

Photograph: Andy Rain / EPA

O logotipo mais estúpido de sempre...


Estava eu a folhear o jornal e deparei-me com nova campanha publicitária da Geberit.
Para quem não entenda o logotipo fica aqui em seguida a fotografia explicativa.



Há mercado para tudo...

Toda a gente fala do "Fifty Shades of Grey"



Aqui está o romance erótico que está a bater todos os recordes de venda (em fase de estreia). Não se fala de outra coisa. É a nova histeria depois de "Twilight" e "Hunger Games". Em português vai-se chamar "As Cinquentas Sombras de Grey". Apesar de estar esgotado em todo lado toda a gente diz: "É muito mau. Só o estou a ler porque gastei dinheiro a comprá-lo."

Insólitos Hotel para Gatos


Hoje fui visitar um hotel para gatos cujo dono é criador de gatos sem pêlo (Sphynx) e tirei esta fotografia. Apesar de feios, os gatos eram bastante simpáticos.

De repente olhamos para o jardim e passa um esquilo.
Eu e a minha amiga: "ohhhh que fofinho!"
O dono lá do sítio: "bahh, esquilos são como ratos!"

Qualquer semelhança da cauda de Sphynx com uma ratazana é pura coincidência!

sábado, 16 de junho de 2012

Teste de inglês na escolinha:



Question: Use the word "benign" in a sentence.

Answer: I am 8... but I will soon benign.


:)


No Reino Unido também há terras com nomes parvos:


Não é só Portugal que tem terras com nomes inconvenientes como "Coitos" e "Vale de Cabrões".
No Reino Unido também acontece, ficam aqui alguns exemplos de nomes de terras onde eu não gostaria de viver:

"Dull" (em Perthshire) quer dizer "aborrecido"
"Bottoms" (em Cornwall) quer dizer "rabos"
"Drop" (em Dorset) que dizer "fezes"
"Nasty" (em Hertefordshire) quer dizer "desagradável" ou "nojento"
"Shellow Bowels" (em Essex) parece-se com "intestinos rasos"
"Pant" (em Shropshire) quer dizer "cuecas"
"Thong" (em Kent) quer dizer "tanga"
"Ugley" (em Essex) que parece "feio"

!!!

William Shakes Pear


Hihihihihihihihihihihi!! :)

Estamos no Outono - não pára de chover!


(Inundações no País de Gales dos últimos dias)

Picture: RNLI/PA

Insólitos clínica



"Tenho tido algumas dificuldades em aplicar as gotas oculares, acho que ele não acha muita piada à parte em que é preciso agitar o gato" (no frasco das gotas oculares diz "agitar antes de usar")

Insólitos clínica


(Ao telefone)

"Boa tarde, o meu cão estava a ter uma ereção e os testículos quase que lhe sairam pelo pénis! Será normal?"

O blog sobre a comida da cantina que foi banido



Martha Payne tem apenas 9 anos mas tem dado que falar. Tudo por causa de um blog sobre a comida da cantina, em que Martha avalia cada refeição consoante a qualidade nutricional, o número de cabelos presentes na comida, o sabor e o número de "mastigadelas". O blog está associado a uma caridade, Mary's Meals, que ajuda a alimentar crianças em países subdesenvolvidos. Desde que Martha começou o blog a pressão colocada sobre a qualidade da comida aumentou substancialmente. Martha conseguiu pequenas coisas como a possibilidade de poder repetir pão e vegetais. Algumas fotografias que Martha põe no blog são um bocadinho decepcionantes e confesso que as refeições "não cabem na cova de um dente". Jamie Oliver, o famoso e odiado "guerreiro contra a junk food" tem encorajado Martha a continuar a sua missão, mas a Câmara Municipal proibiu Martha de continuar o blog dizendo que causava "mau-estar" ao pessoal da cantina que começou a recear pelos seus postos de trabalho. Obviamente que essa proibição apenas resultou numa maior publicidade ao blog. Conclusão óbvia - claro que acabaram por mudar de ideias a Martha pode voltar ao seu blog outra vez, mas desta vez com muitos mais apoiantes!!